domingo, 10 de janeiro de 2010

Fazendo pontes

- Tá vendo no que dá fumar, seu burro? Agora fica ai deitado nessa cama, largado feito uma trouxa. Muito homem, né? Cadê o machão que queria matar, fazer e acontecer? Está doendo o peitinho, neném? Recebí o recado daquela sua sobrinha. Mas isso não modifica em nada essa situação deplorável. Que vergonha! Um macho desse porte e agora ai derrotado por um infartozinho. Vamos fazer umas pontes nesse coraçãozinho?
A enfermeira, aos pés do leito de Charles Bronchon, observava as reações que suas palavras causavam naquele paciente sedado. O soro gotejava lentamente ingressando na corrente sanguínea pela veia do braço esquerdo.
Este poderia ser o começo de mais uma história sobre o tabagismo, o alcoolismo e suas consequências.
O alcoolismo é uma doença terrível que torna suas vítimas praticamente uns loucos insones, capazes de uma miríade de maldades sem fim. O álcool tem essa característica de fazer do seu usuário um sujeito cruel, insensível, insensato e bastante prejudicial para si, aos seus familiares e aos vizinhos.
Na grande maioria dos casos o alcoólatra é um medroso, incapaz de falar diretamente sobre seus problemas. O uso da projeção faz dele um “craque” quando alucinado. Além da agressividade física, a violência moral o faz também insultar à distância. O distanciamento das suas vítimas lhe proporciona uma certa segurança para agir.
Um louco desses é capaz de permitir, que da sua funilaria vaze tinta spray, usada na pintura de automóveis, durante a madrugada toda. No dia seguinte, com a maior “cara de pau” ele estará pronto para negar qualquer irregularidade.
O alcoólatra praticamente nunca está sozinho, ou melhor num grupamento familiar, pode haver mais alguns dos seus componentes, acometidos pela doença. Eles se reforçarão usando no feedback, o material dos desafetos colhido nas conversas anteriores.
Essa doença transforma suas vítimas em seres improdutivos. Não são raros os casos em que parentes próximos, geralmente funcionários públicos, sustentam o grupo familiar adoecido, com as sobras dos salários e cestas básicas.
O teor das manifestações verbais do alucinado é composto também por elementos obtidos nas entrevistas de partidários seus com os desafetos. A regra de que deveria haver sigilo entre os interlocutores não impede muita vez, que os assuntos ouvidos na confissão, ultrapassem seus limites, servindo de munição para os litígios intermináveis.
Quando o alcoólatra não é acometido por surtos alucinatórios agudos, durante os quais poderá atacar qualquer um que se lhe apresente, estará sujeito à erosão contínua dos seus substratos biológicos.

Veja o que diz a Bíblia sobre o alcoolismo:
Ai da coroa soberba dos bêbados de Efraim, da flor murcha que usam como enfeite e que cresce no alto do vale fértil! Ai dos que estão encharcados de vinho. Is 28, 1.
A senhora insensatez é irriquieta, é uma ingênua que não conhece nada. Ela fica sentada na porta da casa, num banco de onde domina a cidade. Daí ela chama os que passam e vão seguindo o caminho reto. Ó ingênuos venham aqui. Quero falar aos que não tem juízo. A água roubada é mais doce, e o pão comido às escondidas é mais gostoso. Ela não sabe que na casa dela estão os mortos, e que os seus convidados irão para o reino dos mortos. Pr 9, 13-18.



O alcoolismo é uma doença e precisa ser tratada. Os cuidados objetivam proteger os familiares, os vizinhos e o paciente dele mesmo.

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