segunda-feira, 31 de maio de 2010

A paciência de santo

Faz parte da diversidade a existência e manifestação daqueles “espíritos de porco”, que a tudo criticam, mesmo que não haja motivo para isso.

Qual seria a intenção do observador que, ao notar flores ladeadas por outras maiores, afirma haver o “encolhimento” das primeiras?

Se colocarmos as flores “encolhidas” ao lado de outras menores, não estariam aquelas maiores?

É claro que os problemas pessoais de quem se manifesta influem nas suas expressões. Então a ausência de contatos físicos, talvez até em decorrência das baixas temperaturas, motivem projeções do tipo “fulana pareceu encolhida”.

Cremos que seja essa uma forma equivocada de mandar recados. Mas por que a existência dessa mentalidade destacadora do desvantajoso, ou pontos negativos?

Talvez faltasse a ativação de uma dinâmica capaz de transformar todos os desprazeres, em estimulação positiva para as demais pessoas. Ou seja, faltou aprender que tendo eu recebido tantos dissabores, precise metamorfosear tudo isso, fazendo o bem ao invés de passar adiante as maldades recebidas.

Esse é o comportamento ideal. Mas não é o real, não é o que existe. E entre os civilizados seria meta razoável a ser atingida. O aprimoramento das nossas atitudes, a cada dia, reciclando os desaforos recebidos, transformando-os em bênçãos, é objetivo indispensável aos prósperos de uma sociedade.

Isso não é fácil, depende da compreensão, da boa vontade e principalmente do contato diário com a fonte de toda a sabedoria do universo.

Mas cá entre nós: como tem periguete chata na superfície dessa terra, hein?


sábado, 29 de maio de 2010

A Fuinha bigoduda

Zelão Mané, um sujeito macérrimo, tinha os cabelos negros e seu rosto era afilado. Abaixo do nariz um bigode tosco e ralo lembrava o das fuinhas.

Nas últimas eleições Zelão Mané se enroscara com Jarbas (o caquético-testudo), e ambos revolvendo formas de manterem-se nas mamatas do poder, acharam a fórmula: uniriam as crenças, antes antagônicas, em torno do projeto de destruição dum sujeito previamente demonizado por ambos.

Só pra situar meu nobilíssimo leitor, o tipo da quizumba era igual à existente entre o Carlos Lacerda e Getúlio Vargas, em 54.

A fuinha viera dum local ermo, lá do estado de Minas, completamente abandonado pelas autoridades locais. Ao Chegar em Tupinambicas das Linhas, resolveu freqüentar aulas onde aprendeu as primeiras noções da língua que falava.

Seus 12 filhos nasceram na cidade. Quando ele percebeu que trabalhar como empregado, não seria brinquedo, pois não tinha qualificação nenhuma, ponderou nas chances de se tornar vereador.

Ora, Tupinambicas das Linhas, sempre conhecida como a cidade concentradora da maior quantidade de loucos, jamais vista em qualquer outra parte do mundo, não se opôs ao projeto do pretendente.

Afinal, não existia gesto maior, e nem mais completo, de prova da hospitalidade, do que o de oferta dum cargo bom e vitalício.

Zelão Mané elegeu-se então uma, duas, três, quatro e cinco vezes, como o mais supimpa e festejado vereador de todos os tempos da cidade histórica.

Seus filhos todos, empregados na prefeitura municipal e nas demais repartições autárquicas, cresceram, casaram-se e quando se viram enrolados com os problemas causados pelo excesso de adolescentes improdutivos, dentro das suas casas, procuraram logo o presidente da câmara municipal de Tupinambicas das Linhas.

Acontece que os quadros funcionais da prefeitura, da câmara municipal, e do departamento de águas, estavam lotados. Ora, como a pretensão do Jarbas, de instalar logo a tecelagem Tupinambicas, não poderia concretizar-se, por motivos alheios à sua vontade, resolveram eles, reinaugurar o zoológico municipal.

No princípio haveria poucos animais, porém como o objetivo principal, não era esse, mas sim o da criação de cargos, com muito jeitinho, reconstruíram aquele próprio público.

Foi assim então que ajeitaram o destino de toda aquela safra nobre dos legítimos descendentes do mais vigoroso, hábil, prolífero e maquiavélico vereador come-quieto, jamais vista nas terras Tupinambiquences.

A fuinha bigoduda, um dia porém, cansada com tanta solicitação, achou que deveria tirar umas férias lá pros lados do nordeste.

Junto com dois outros vereadores, sacou 10 mil reais, (dez mil pra cada um), dos cofres da câmara municipal e partiram numa caravana alegre, em direção às praias paradisíacas.

Durante o trajeto o vereador pensava em implantar um plano que objetivava enfraquecer os adversários: Em Tupinambicas das Linhas os critérios de apuração do consumo d água, não seriam os numerais dos medidores, mas sim o comportamento dos consumidores. Se suas opiniões políticas divergissem da dos governantes, pagariam mais, devido às anotações superestimadas, feitas por correligionários, e aplicadas como punição.

Esse projeto de sangria deveria ser estendido, num futuro próximo, aos departamentos de energia elétrica e aos de serviços telefônicos.

Quando o grupo chegou, perceberam que a imprensa toda tinha noticiado o fato. Houve burburinho e vozes clamavam pela punição dos edis.

À pergunta do repórter, a um matuto, sobre o que fazer com tanta gente daninha, roubando as instituições públicas daquele jeito, ele respondeu: "Ah, tem que tacá na oréia desses cara aí, ó!"







sexta-feira, 28 de maio de 2010

Obras da biblioteca pública chegam ao final

As obras da sede própria da biblioteca pública Ricardo Ferraz de Arruda Pinto situada na esquina das ruas do Vergueiro e Campos Salles chegam ao fim.

O projeto arrojado ocupa área de 2.770 m2, contendo um auditório para 100 pessoas, adaptações para pessoas deficientes, café para lanches rápidos, salas para estudos coletivos e individuais, programa Acessa São Paulo gratuito para internautas, sala de acervo musical, sala de leitura em Braile, hemeroteca, refeitório, e capacidade para um acervo de 100 mil títulos.

O projeto do novo edifício foi desenvolvido por arquitetos do Instituto de Planejamento de Piracicaba (Ipplap).

Sofrendo no Parque Infantil

Delsinho, o cabeleireiro periguete, morava há muito tempo com a irmã mais velha. Apesar de dividirem o mesmo teto, eles quase não se viam. Não obstante a amizade que os unia, uma das manias do mocinho, de cabelos encaracolados, vexava a mana barriguda.

Delsinho, o lindinho, habituara-se a vestir as roupas da falecida mãe. Essa mania teve início logo depois do falecimento da boa velhinha. Diante do guarda-roupa da mamãe, ele teria empacado num acesso de dúvidas: doar ou não doar as vestimentas da finada?

O mocinho delicado trabalhara, quando muito jovem, na Companhia Tupinambiquence de Força e Luz. E fora lá naquele ambiente, rodeado por mesas, máquinas de escrever, calculadoras e papéis que o menino conheceu o Fofão.

Fofão trabalhava na oficina mecânica do Nero careca, onde lavava as peças com gasolina. Por ser aprendiz, do experiente mecânico Nero, começara no ofício bem de baixo: lavando as peças dos motores desmontados.

No afã de telefonar para a oficina do Nero, buscando saber se esse ou aquele veículo, da Companhia Tupinambiquence, estava pronto ou não, foi que as almas de Fofão e Delsinho se encontraram.

Numa tarde, depois de ouvir duzentas vezes, do seu chefe as ordens para que telefonasse à oficina, a fim de saber se uma caminhonete ficara pronta, Delsinho atendido por Fofão, sentiu-se enamorado pela voz que ouvia ao telefone.

Então tomado por um enlevo assaz arrebatador, Delsinho resolveu ir pessoalmente à oficina do Nero, onde estava o dono da mais bela voz, que jamais ouvira em toda a sua vida.

E foi assim que aquele caso entre Delsinho e Fofão teve início. Durante os primeiros meses do relacionamento algumas atitudes, a fim de harmonizar as preferências, eram cobradas por ambos

Fofão mantinha um bigode fino margeando o lábio superior. Mesmo com as reclamações do companheiro, durante os passeios de carro, nas tardes de domingo, o dono do bigode recusava-se a raspá-lo.

- Esse bigodinho ridículo me faz lembrar o diretor do Parque Infantil, lá na Rua Botadentes, onde minha tia me levava pra brincar com os moleques – dizia Delsinho acomodado no banco do carona, daquele Simca Chambord amarelo e branco, legítima propriedade do Fofão, numa tarde de domingo do outono de 1962.

- Ah, não esquenta Delsinho. Já não chega essa mania de andar pra cima e prá baixo com esse roupão branco ridículo? – respondia Fofão em defesa dos seus pêlos supralabiais.

- Olha, mas aquele homem era mesmo muito chato. Ele vinha logo com uma prancheta na mão esquerda, uma caneta furreca na direita e um apito pendurado no pescoço. Quando chegava no meio da molecada gritava com todo mundo dividindo o bolo de gente em duas turmas. Uma leva ia pra um lado do campo e a outra pr´outro. E sabe o que ele fazia? Ele ficava no meio, entre os dois bandos segurando uma bola de capotão acima da cabeça das hordas. E quando ele soltava aquela bola, meu amigo, não adiantava assoprar o apito. Que saísse da frente que era chute pra todo lado.

- Você exagera, ô Delsinho. Para com isso. – reclamava Fofão, engatando uma terceira marcha.

- Nada! O tal saia pulando feito uma gazela e subia nos primeiros degraus da arquibancada que circundava o campo. Lá de cima, a salvo, ele apitava e apitava aquela coisa horrorosa. Teve uma hora que eu não agüentei. Pedi pra sair. Eu não sabia qual era o meu time. Era tudo misturado. Não tinha uniforme. Quando eu pegava a bola, alguém pedia pra eu passar. Eu passava e o cara era do time contrário. Puta reclamação! Eu não suportei e pedi pra sair. Fiquei sentado vendo a zoação. Deus me livre!

- Ah, para Delsinho! – Olha estamos passando em frente ao prédio da prefeitura.

- E depois que tava todo mundo suado, cansado, com o corpo cheio de terra o cara mandava todos ficarem numa fila enorme. Eles davam ou pão com banana ou pão com leite moça. Mas não era genial?

- Que vida hein Delsinho?

- Ah, olha, nem sei. Um dia até pensei em morar na Holanda. Lá tem tamancos, diques e pintores famosos.





quarta-feira, 26 de maio de 2010

Irritando Luisa Fernanda

Luisa Fernanda experienciava momentos difíceis naquele já distante princípio de janeiro. Diziam as más línguas que o banco em que ela trabalhava demitiria muita gente e que ela, considerada funcionária inábil, seria uma das que estavam na lista das demissões.

O estado emocional disfórico predominante na Luisa Fernanda contaminava os que viviam ao seu redor e por isso mesmo, naquela manhã de segunda-feira, Célio Justinho, ao notar os resmungos da parceira, achou melhor não dar-lhe um bom dia com aquele entusiasmo característico de quem tivera uma boa noite de sono.

Justinho lembrou-se que Luisa Fernanda tentava descontar no filho do barbeiro vizinho, os dissabores sofridos com a figura maligna. Realmente na noite passada a mulher, com identidade falsa, passara algumas horas na Internet dialogando com o menino.

Célio Justinho achava que Luisa Fernanda procurava atormentar o garoto para que ele brigasse dentro de casa, punindo dessa forma, o barbeiro malvado.

- Não vai comprar o pão e o leite hoje? - perguntou bastante tensa Luisa Fernanda ao Célio que, depois de escovar os dentes, ligara a TV.

Por ser o Célio dependente da Luísa Fernanda, fazia ele tudo o que ela mandava. E mal pudera acomodar-se para ver os telejornais matutinos, quando sentira os maus humores da mulher que o faziam mexer-se.

- Vai vagabundo, faça alguma coisa! Você pensa que minha vida lá no banco é fácil? Retardado mental! Faz dois mil anos que tenta tocar o hino do Corinthians e não consegue! Nem pra isso você presta!

Já passava das oito da manhã quando Célio entrou no bar do Maçarico. Num canto Virgulão, o homem que vendera de uma só vez, duzentas e sessenta e quatro máquinas de escrever pra Prefeitura de Tupinambicas da Linhas e que gostava de tocar cavaquinho pra periquito engaiolado ouvir, bebericava da sua segunda garrafa de cerveja.

Célio Justinho ao pegar os pães, embalando-os viu que também entrava no recinto o Van Grogue. Foi então que Virgulão disparou:

- Van Grogue carrapato de capivara tuberculosa; pó de bosta de urubu catinguento; coprofágico inaugural da maior cidade do estado de São Tupinambos. É verdade que você é adepto da coprofagia?

Van de Oliveira já estava atordoado e não pudera evitar o abalo maior que lhe produziu a detonação daquelas palavras.

Van Grogue aprumou-se, tirou um cigarro do maço e, com gesto exagerado, com a mão direita pediu o seu produto preferido. Então ele se voltou para Virgulão e se defendeu:

- Isso tudo não passa de brutalidade dessa gente incompetente. São pessoas paranóides; elas têm delírios de referência; são incapazes de fazer qualquer coisa. Essa turma só sabe falar mal de quem faz. Eles não conseguem produzir nada e por isso inventam essas grosserias pra desqualificar quem provoca a inveja neles. As indelicadezas são ditas pra desmerecer a quem sabe fazer.

Virgulão riu e convidou Grogue para sentar-se ao seu lado.

Célio Justinho pagando o pão e o leite que pegara, saiu apressado. Ele tinha que chegar rápido em casa, antes que esquecesse o que ouvira. Ele precisava contar logo pra Luisa Fernanda que Van Grogue era mesmo um besouro coprófago.









terça-feira, 25 de maio de 2010

O Bonnie and Clyde tupinambiquence

Donizete Pimenta era um líder por natureza. Ele não era fácil; consideravam-no bastante cruel, danoso. O bandoleiro convenceu todos à sua volta de que deveriam destruir o Van Grogue. E por ser aquela gente muito simples, não lhes restou alternativa a não ser a de obedecer ao chefe.

Pimenta era amasiado com Cristina, uma ex-prostituta que, numa tarde, após um programa num motel, ao perceber ser possível construir um relacionamento duradouro, substituiu as atividades de marafona, pelas de catadora de papelão, nas ruas da cidade.

Depois de a ter tirado da vida devassa que levava, Donizete propôs-se a dar à Cristina uma ocupação lícita num boteco. A direção estaria a cargo da concubina.

Mas por ser imatura, desconhecer o alfabeto, ter o vício do tabagismo e alcoolismo arraigados, Cristina não se deu bem no trato com os homens, que chegavam todas as tardes, para beber e jogar conversa fora.

Além disso, a ex-catadora de lixo precisava conciliar as receitas e despesas do boteco. Da féria diária tinha de sair os valores para cobrir as despesas com a bebida, o cigarro e as demais imprevistas, que surgissem durante o dia.

As dificuldades para somar 2 + 2, toda vez que precisava negociar a mercadoria do boteco, constrangiam a mocinha de cabelos longos e pretos, que vendo-se sem graça, logo notou quebrantada sua disposição para o comércio.

Bom, o que fazer então pra ganhar a vida, se o bar que tinham não lhes dava o sustento? Foi Donizete quem teve a ideia de processar o pai das duas crianças da Cristina. Com as pensões alimentícias manteriam-se no imóvel que fora de seus pais. Eles não pagariam aluguel.

Mas foi ai que apareceu Van de Oliveira Grogue para ocupar uma casa vizinha a do Donizete. A antipatia foi imediata.

Começaram então as provocações. Cristina mandava suas filhas, logo pelas manhãs, jogar defronte a casa do Grogue, partes do lixo que furtara dele nos dias anteriores.

E por acharem-se moradores antigos do bairro, Donizete e Cristina convenceram-se de fazer com que aquele vizinho esquisito se mudasse logo dali. Uma das estratégias do casal era provocar muito barulho durante as refeições.

Assim toda vez que Grogue sentava-se para almoçar ou jantar, logo um cachorro iniciava os latidos que duravam o tempo exato das refeições.

Sucediam-se os trotes pelo telefone. Pelo correio não paravam de chegar folders e outras chateações. Quando saiam à tarde para beber nos botecos do bairro o casal Bonnie and Clyde tupinambiquence não deixava de espalhar boatos sobre o novo morador indesejado.

As provocações sucederam-se até o momento em que a dupla de meliantes, arregimentando outros delinquentes, cercou a casa do Grogue e tentou agredí-lo.

A pancadaria foi memorável. Mas como toda arruaça logo cessou. Nem as autoridades do município de atreviam a intervir em tão tenebroso caso.



segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Chuchu Zen

Você já viu alguma união tranquila entre ricos e pobres? Não dá certo, não combina. É o mesmo que colocar, lado a lado, panelas de barro e de ferro. Quem você acha que parte primeiro?

A pessoa rica não teria tantos escrúpulos embaraçadores, formadores da personalidade, da grande maioria da população. O rico serve ao dinheiro, ao bezerro de ouro, e crê piamente que a solução de todos os problemas esteja no metal.

Semelhante ao colecionador que amealha borboletas, livros ou garrafas de pinga, o rico colecionaria dinheiro, moeda. Mas pior do que o rico é o pobre que se considera milionário. Ai a coisa complica. Há gente que não vacilaria em matar a própria mãe para se apoderar das riquezas.

Quase todos os políticos chegam ao restrito rol dos afortunados, burlando as regras impostas pela sociedade. Então você pode observar o que tinha um indivíduo eleito prefeito, antes de assentar-se no cargo, e o que ele tem, depois de algum tempo.

Há pessoas que no passado precisavam sacrificar-se dando aulas particulares para manter as despesas dos estudos na universidade pública. E hoje, depois de eleitas seguidas vezes, aos cargos de prefeito e deputado, não sabem onde e como utilizar tanta grana.

O enriquecimento ilícito não é mérito dos criminosos, mas sim demérito dos defensores responsáveis pela manutenção da ordem, da legalidade e das instituições.

As pessoas que têm muito mais do que o necessário para viver desenvolvem uma espécie de asco, nojo, repugnância mesmo, dos miseráveis.

E você nota isso nas prioridades escolhidas pelos ricos. Os endinheirados são mais apegados aos prazeres que lhes dão os produtos da indústria. Numa cidade ao invés de empregar o dinheiro na educação das crianças da periferia, usam-no na colocação de pontes e no asfaltamento de ruas já calçadas.

A eleição dos coronéis não mudaria o antigo refrão “O rico fica cada vez mais rico, e o pobre cada vez mais pobre”. Pode ter certeza.






sexta-feira, 21 de maio de 2010

Os Passeios de Stela

Stela tem algo de rodriguiano que a identificaria com aquela personagem buscadora do equilíbrio nas aventuras extraconjugais.

Apesar do fausto material que a cerca, ela não obteria o bem estar se não se dispusesse a dar seus “pulinhos”, não nos ônibus, ou lugares ermos, mas nos hotéis de luxo.

Esse comportamento de Stela tem muito de vingativo, de punidor. Ao invés de digamos, “discutir a relação” com o marido, terminando de vez o relacionamento conflituoso, ela se compensaria nas incursões amorosas.

O desejo de manter a família unida a impediria de separar-se. Para ela a coesão familiar, mesmo que não satisfatória, teria mais importância.

Se impedida ao acesso dessa válvula de escape o que lhe restaria? Uma neurose, agressividade, hostilização, terapias, divórcio?

O adultério serviria para aquietar momentaneamente a exaltação dos ânimos. Porém com o passar do tempo as consequências se apresentariam de forma talvez até que mais trágicas.

Nas aventuras em que se envolve ela não se compromete: não diz seu nome e nem quer saber o dos parceiros casuais. Stela vive a vida.



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quinta-feira, 20 de maio de 2010

As Palavras do Donizete

Donizete Pimenta era um cara muito chato. Ele teimava em fazer seu enteado passar a noite toda acordado para que ouvisse as histórias que tinha pra contar.

Por ser incapaz de contrariar a vontade do Pimenta chato, o menino fazia as vontades do cara. Na verdade o mocinho queria dormir para acordar esperto, sair às ruas e gozar os prazeres do ar livre e do sol abundante.

Mas não. Nada disso. Para morar naquela casa, comer daquela comida o menino tinha que submeter-se ao Donizete Pimenta, o sujeito mais implicante que a Vila Dependência já vira.

Até mesmo o prefeito da cidade o ilustríssimo senhor professor doutor Jarbas exclamava, quando no gabinete alguém mencionava a agitação promovida pelo tal Pimenta:

- O quê? Misericórdia, não me fale nesse assunto. Pelo amor de Deus!

E assim seguia a sina do garoto que já evidenciava sinais de efeminação. É que por ser bastante rude e cruel Donizete só parava de agredir, tanto moral quanto fisicamente o seu enteado, quando este apresentava reações próprias das meninas.

Então pra não apanhar e ser xingado, o garoto tinha que desmunhecar. E como ele já se tornava um adolescente, a certeza de que sua escolha sexual seria o homossexualismo evidenciava-se a cada dia.

Na vizinhança ninguém esperava outra coisa. O enteado do Donizete seria o mais novo, belo e lindinho gay produzido em Tupinambicas das Linhas.

Na noite de domingo para segunda-feira o obsessor contara a mais torturante história sobre os médicos, enfermeiros e banheiros públicos. Quase ninguém sabia, mas Donizete era paradão em banheiros.

Diziam os vizinhos da esquina que o Pimenta ficava ligado o dia todo escutando os barulhos que chegavam das casas do entorno. Quando alguém puxava uma descarga ou ligava um chuveiro ele se excitava todo.

O pessoal do centro de reabilitação de Tupinambicas das Linhas não tinha como medicar o Donizete, pois ele mostrava-se refratário aos apelos das autoridades. Com isso a inquietude propagava-se pela cidade, do mesmo jeito que a dor de uma infecção na unha encravada dum dedão, se irradiava pra todas as demais partes do corpo.

Mal sabia o moço perturbado, que as palavras proferidas por ele, ali naquele quintal sujo, depois de girarem pelo mundo, retornariam com a força sextuplicada para ele mesmo.

Quem não conhece a história do bater das asas da borboleta? Se um simples movimento, de um bichinho tão delicado, desencadeia uma miríade de ocorrências para todas as pessoas, imagine os desastres que provocavam as palavras carregadas de ódio, proferidas diuturnamente pelo famoso Donizete Pimenta.

Ele não era fácil, minha amiga.



quarta-feira, 19 de maio de 2010

O que o PSDB faria aos pobres?

Se houver a repetição, em âmbito nacional, da movimentação pré-eleitoral, que conduziu Barjas Negri à prefeitura, Serra levará o caneco presidencial.

As situações municipais e federais assemelham-se. Reforçam ainda essa tendência o fato de ter o PSDB a simpatia do governo norte-americano e seus aliados aqui no Brasil.

Caracterizam ainda a ideologia dos tucanos, além da obsessão pela produção industrial e o consumo, mantenedores desse modo de vida danoso ao meio ambiente, um profundo desprezo pelos pobres.

Hilary Clinton, que era esposa de Bill Clinton, no tempo em que Fernando Henrique Cardoso comandava a nação, atual secretária de estado norte-americana, espertamente conduziu ao descrédito os esforços de Lula e sua equipe que tentou firmar acordos de não proliferação de armas atômicas com o Irã.

Se a derrota da seleção brasileira de futebol servir para enfraquecer a moral dos ocupantes do governo central, certamente que isso ocorrerá. Por outro lado, havendo a vitória, pode o meu leitor ter a mais absoluta certeza que os créditos caberão aos bicudos, seus bancos e redes de TV.

O pessoal do PSDB não gosta de gente; há entranhado no meio deles um profundo preconceito contra os miseráveis. Os bicudos amam o conforto e o luxo que lhes proporcionam os produtos elaborados pela indústria.

Em Piracicaba o atendimento nos postos de saúde deixa muito a desejar. São ineficientes. O mesmo ocorre com o ensino. Ao governo PSDB aqui instalado, interessa o recapeamento de ruas, a colocação de pontes e outras atividades que não teriam outro motivo que não a facilitação de fraudes nos processos licitatórios.

Imagine que Evo Morales, Raul Castro, Hugo Chaves Mahmoud Ahmadinejad e Luis Inácio interessariam aos teóricos da política norte-americana. Nunca; pois não se submeteriam. Há incompatibilidade de gênios.

Luis Inácio quer fazer hoje o que Jânio Quadros e Jango tentaram na década de 60. E assim como sucedeu com eles (o primeiro levado à renúncia e o segundo cassado), o atual governo petista não terá sucesso.

Ontem a democracia norte-americana usava a força dos exércitos, hoje opera com o poder dos bancos e redes de TV.



Aula de física na escola pública.

Vídeo de uma aula de física da escola pública Sud Mennucci em Piracicaba, gravado por um aluno.



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terça-feira, 18 de maio de 2010

Frustrando as intenções de Lula

Está muito claro que aos norte-americanos não interessa outro governo petista substituindo o Lula.

O presidente brasileiro demonstraria simpatia por Hugo Chaves, Evo Morales e Mahmoud Ahmadinejad representantes de ideologias opostas às professadas pelos americanos.

Lula pretendeu marcar um gol de placa ao levar o Irã a um acordo sobre o enriquecimento de urânio. Realmente um tratado foi assinado entre as nações que divergem sobre o assunto.

Entretanto baixando a bola do presidente brasileiro, a Sra. Ilary Clinton, representante do governo Obama, lidera uma corrente contrária às intenções do Lula, e tal fato constrangedor, pode influir negativamente na campanha da sua candidata à presidência.

José Serra tem o apoio de bancos como o Bradesco, de redes de televisão como a Globo, industriais e a consciência de que vencer o petista é uma questão de honra para muita gente.

A favor do PT observa-se, dentre outras, ações como as que proporcionam alguma renda para a população carente. As chamadas bolsa escola e bolsa família que objetivariam premiar financeiramente as famílias carentes para manter seus filhos matriculados nas escolas.

O governo PT preocupa-se com a situação dos menos agraciados pelas benesses da sorte. Interessa-lhe o crescimento e o aprimoramento da condição humana.

A promoção da ascensão social nem sempre seria bem vista por outra ideologia que pregasse o consumo doido, a produção tresloucada e o detrimento do meio ambiente.

Para esse conjunto de ideias que vê única e exclusivamente a transformação drástica do planeta, como a melhor forma de manter a sobrevivência humana, a instalação de mais outra indústria automobilística seria imprescindível.

Definitivamente: para os interesses do governo norte-americano nem Lula, Evo Morales ou Mahmoud Ahmadinejad servem de bom exemplo.



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O Embarque

- Gente, eu vi! Ela estava prestes a embarcar pra Londres, mas deu um problema com o passaporte e a coisa enguiçou. A mulher do outro lado do balcão insistia pedindo coisas fúteis. Eu percebi que minha amiga ficava nervosa com aquela burocracia toda; mas ela não dizia palavra alguma que ofendesse a funcionária.

- E daí? Conta, conta mais! – implorava a ouvinte atenta nas palavras do Bafão.

- Bom – continuou ele – Você sabe que nossa amiga é um amor de pessoa. Ela é incapaz de pisar numa barata, esmagar qualquer mosca ou estapear um pernilongo. Entretanto eu notei que ela, de repente fixou o olhar assim, num ponto vago do espaço, sua respiração tornou-se ofegante e ela, pacientemente, mais uma vez, buscou na bolsa a papelada que a funcionária do aeroporto pedia.

- Ela foi barrada? Não a deixaram embarcar? – o tom de voz da freguesa do Bafão era de ansiedade. Ela acabara de comprar o leite e o pão no boteco mais frequentado do bairro.

Bafão alisava o balcão com um guardanapo e percebendo o interesse da consumidora continuou:

- Quase! Quase que não a deixam pegar o avião. O tumulto estava muito forte. Tinha gente que ia prá lá, gente que vinha prá cá, um vozerio, era o inferno. E havia um camarada que varria, sem cessar, o chão do lugar, assim, bem perto dos pés dela.

- Estranho! – concluiu a mulher que segurava os sacos plásticos continentes de um litro de leite e seis filões. – Mas e daí? – prosseguiu a vizinha – ela pegou o avião, conseguiu embarcar?

- Bem, eu não posso dizer que ela não embarcou. Sei que já faz um tempo que não a vejo. Mas na verdade não vi o embarque. As pessoas comentam, dizem que sim, que ela embarcou. Mas não sei se foi numa boa.

- Olha seu Bafão se ninguém comentou nada pode até ser que o embarque dela tenha sido pacífico. – concluiu a freguesa dirigindo-se para a saída. – Ah, olha – continuou ela – bota essas coisas na minha conta. O senhor sabe, meu salário vem só no fim do mês.

- Ah, tudo bem, não se preocupe com isso. – Bafão sabia que sua complacência, um dia, o poria em alguma dificuldade.



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Quem fala o que quer, lê o que não deseja

Quem fala o que quer, pode ler o que não deseja. Então é por isso que devemos ter muito cuidado com as palavras que proferimos, principalmente na rua.

E não é só na rua, não. Saibamos que vivemos em comunidade e que os vizinhos merecem respeito. Que a nossa antipatia não se transforme em palavras maldosas diuturnas, pois elas podem cristalizar-se em algo que não aprovaremos depois.

Todos precisam de consideração. Até o pior retardado da rua pode muito bem viver sem que o lembrem do seu estado. Mas não é mesmo verdade?

Por que é que você precisa passar todas as horas dos seus dias, das suas noites e madrugadas, falando que o sujeito é ladrão de Chevette e que joga pedras nos outros?

Mas não é mesmo desagradável ficar repetindo e repetindo, por cima dos muros, que o fulano catava papelão nas ruas e que agora ganhou na loteria e não precisa mais desse trabalho?

Então que tenhamos um pouco de sossego. Se necessário for recorramos aos médicos que podem nos acalmar os ânimos exaltados e confortar-nos com a sua boa arte.

Para tudo na vida tem um jeito bom. O conforto pessoal é importante para manter a saúde da mente e do corpo. Se não temos isso devemos buscar onde acharemos.

E depois tem mais, viu? Não é só o nosso conforto que pode estar comprometido. O nosso mau humor contagia as pessoas em volta, principalmente as crianças.

Portanto é salutar que possamos buscar ajuda de profissionais especializados. Isso fará bem não só para nós mesmos como para todos os que nos amam e nos rodeiam.

Que possamos então por um freio em nossa língua, sabendo que todas as pessoas que amamos não merecem presenciar, por tanto tempo, tamanho mau humor que não vai resolver nossos problemas.

A distimia tem tratamento. E que isso seja salutar para todos os familiares envolvidos.






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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Os Tempos Modernos na Educação

Desculpa de analfabeto é a visão deficiente. Já lhes contei que durante o curso primário eu era um dos que mais apanhava na sala de aulas.

Naquele tempo eu não sabia porque a professora descarregava em mim as frustrações daquela sua ânsia de alfabetizar a molecada.

Eu me lembro que ao copiar errado uma frase escrita na lousa, recebi um croque tão forte no cocuruto que as lágrimas brotaram inesperadas dos meus olhos.

Depois do coque a professora disse em alto e bom som para que todos da classe ouvissem:

- Seu burro, vê se aprende pelo menos a escrever o seu nome!

Quando nós não recebíamos pancadas dadas com as mãos, suportávamos o espancamento feito com uma vara de bambu, daquelas que o vizinho usava pra pescar mandis e cascudos no rio Piracicaba.

Mas mesmo assim, apanhando muito, aprendemos a ler e a escrever. Por isso, salvo motivo de força maior, não tomamos os ônibus que conduzem aos lugares que não desejamos ir.

O analfabeto, além de botar a culpa na vista ruim, justifica sua deficiência com a alegação de que tinha de trabalhar quando criança e por isso, não pôde estudar.

O ignorante pensa de forma diferente do instruído. Suas conclusões são diversas uma vez que fundadas em preceitos equivocados.

As pessoas que não têm leitura ou não conseguem escrever, não podem ter juízos críticos. Elas precisam seguir alguns balizadores para tomar as decisões. E por isso mesmo tornam-se a alegria dos políticos enganadores que as manipulam ao bel prazer.

Sem os analfabetos o panorama político em muitas cidades mudaria radicalmente. Ou melhor, com a maioria da população alfabetizada a permanência de alguns políticos, por uma vintena de anos no cargo eletivo não seria assim tão fácil.

É por isso que a muitos interessa a desorganização do ensino público no Brasil. A fórmula é fácil: quanto mais gente sem saber das coisas, melhor para os espertos que permanecem por muito mais tempo usufruindo as alegrias das maracutaias.

sábado, 15 de maio de 2010

Gente Assassina

Assassinos espíritas do PSDB piracicabano providenciaram a impossibilidade do nosso acesso aos blogs http://laranjanews.blog.terra.com.br, http://monitornews.blog.terra.com.br e outros. São os loucos medíocres que não conseguem ouvir nada que não lhes seja favorável. Essas pessoas estão no poder há décadas e ali são mantidas por força da imprensa venal e das seitas amaldiçoadas.

A riqueza que essa gente analfabeta tem provém da usurpação dos cofres da cidade, dos cofres públicos. Esses malditos possuem a saúde e o bem estar graças aos roubos que praticam. São coronéis acostumados a usar a violência moral e física para manter o que possuem.

Piracicaba é um dos lugares mais atrasados do mundo. A consciência dessa deficiência faz com que haja a criação de fantasias tais como "cidade das escolas", "atenas paulista" e outras tolices.

Quando não conseguem impedir a manifestação cultural, que não lhes agrada, pela violência física tratam logo de calá-la usando recursos escusos, ocultistas, maquiavélicos.

O poder público é uma fonte inesgotável de recursos que mantém a vida viciosa desses incompetentes. Eles simplesmente destroem a todos os que ousam manifestar opiniões diversas das deles. Essa gente, gente assassina, está cada vez mais rica e opulenta, enquanto que a grande maioria permanece na miséria.

Pobre Piracicaba que carrega a maldição dos pajés.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Os Latidos da Cadela

Imagine experienciar uma quizumba num bairro de periferia de cidade pequena. Ciente de que você tem direitos a serem preservados, dirige-se rápido a delegacia de polícia.

Então pensando que com as providências da autoridade policial, a situação se acalme ao seu redor, depois de cumpridas todas as formalidades que lhe cabem, tenta esquecer o caso.

Mas veja que situação: ao invés de arrefecer os estados de espírito belicosos você nota que tudo ficou pior, os ânimos se exaltaram mais ainda.

Chega o momento em que você acha que não deveria ter ido à delegacia de polícia. E como entender que as pessoas investidas nas funções de funcionários públicos, possam agir em desacordo com o direito? Como explicar isso?

Você já ouviu falar em tráfico de influência? Pois é. Numa cidade pequena, onde quase todas as pessoas se conhecem, num auê entre vizinhos, um vereador, deputado estadual ou deputado federal podem solicitar à autoridade policial, favores em benefício de alguém, e detrimento dos direitos de outrem.

Entende?

Então numa desinteligência acontecida entre vizinhos, por causa da omissão de impedir os latidos incessantes de uma cadela, a vítima pode, ao dirigir-se à repartição policial, encontrar lá um clima completamente desfavorável.

Esse é o que se chama de tráfico covarde de influência. Esse crime pode ser praticado com o abuso do poder econômico. Ou seja, o tal vizinho meliante, que por ter entre os seus amigos gerentes bancários, acha que pode mandar e desmandar num bairro, passando inclusive sobre os direitos fundamentais das outras pessoas.

Esse tipo de comportamento injusto favorece a descrença nas autoridades, nas leis, e faz com que a vítima seja atingida na sua auto-estima.

E você acha que as injustiças e as lesões aos direitos das pessoas param por ai? Nada disso. Depois de ser “trucidada” num departamento policial, a vítima pode ainda ser denegrida no Fórum, nas casas comerciais do bairro, bancos, igrejas e por ai vai.

Quem conhece os mentirosos sabe que para manter uma mentira o fulano tem que contar outra mentira. E para defender suas posições deve mentir, mentir e mentir cada vez mais.

Isso acontece até o momento em que “a casa cai”, ou em que toda a verdade vem à tona.

Com a injustiça é a mesma coisa. Para defender os bens e a posição injusta, o indivíduo precisa seguir em frente praticando outra e outra injustiça, até o momento em que tudo se volta contra ele mesmo.

O ressarcimento financeiro, cremos nós, cessaria esse círculo vicioso maligno. Pelo menos mudaria o sentido do cenário.

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