quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O perfume


Pior do que ouvir Luisa Fernanda tentando "tirar de ouvido" o hino do Corinthians era ver o Pelé vestido com as cores de semáforo, no filme comercial do Santander. Mas desatino maior não havia do que a reação do vereador Fuinha Bigoduda às críticas do Van Grogue. 
Como era sabido, em Tupinambicas das Linhas, e em toda a região, o Fuinha Bigoduda era igual a chiclete: quanto mais pisavam-no mais ele grudava no calçado opressor.
 E por ter Van Grogue questionado a origem da carteira de motorista do vereador, dizendo ser ele um analfabeto, e por consequência impossibilitado de diferençar os sinais das placas de trânsito, mandou o edil escarafunchar os arquivos da prefeitura em busca dos prováveis débitos do tal cidadão.
Enquanto isso Van Grogue, no bar do Zezinho, alertava aos demais companheiros dos possíveis equívocos que poderia cometer aquele motorista, quando trafegando pelas ruas da cidade, encontrasse pela frente algumas placas, para ele, sem sentido nenhum.
Pois não é que das buscas feitas, nos arquivos da prefeitura, constatou-se que Grogue estava entre os que deviam mais de R$ 10 milhões?
E o quê mais, poderia perguntar o meu nobilíssimo leitor, haveria de fazer o tal parlamentar, objetivando inibir a censura do pingueiro, além de cobrá-lo judicialmente?
  
Ora, quem detém o poder público, gere também muito dinheiro e como todo mundo sabe, dinheiro compra até consciência. E se tais prodígios são feitos com muita verba, por que não haveria de peitar as almas jornalísticas, atuantes no Diário de Tupinambicas das Linhas?
Pois era dando à opinião pública pistas equivocadas sobre tudo o que compunha a suposta vida vã do Van, que pretendiam os espíritos venais da imprensa tupinambiquense, fazer dele uma persona non grata. Isso tudo autorizava alguns a desacreditar, inclusive, no ditado que dizia: "A voz do povo é a voz de Deus". 
Na verdade, em Tupinambicas das Linhas, a opinião da maioria, a tal "voz do povo", não passava do que queriam os políticos corruptos, usurpadores das verbas públicas. E a voz de Deus não poderia nunca ser a voz dos políticos nefastos da cidade.
 
Das artimanhas despistadoras do Jarbas, o caquético energúmeno, larápio das verbas ministeriais, que teria usado ambulâncias para trazer junto de si milhões e milhões de reais, incluíam as de fazer rimar, ambulância com melancia, e esta com bumbum arrebitado dançante.

Grogue sabia, e muito bem, que para ser universal era preciso cantar a própria aldeia, sendo sincero, dizendo a verdade, expressando o que ela o fazia sentir, devolvendo a ela o que ela lhe dera. Havia algo injusto nisso?
Para Van o tal Fuinha Bigoduda fora escorraçado do local de onde viera. E por infelicidade, semelhante aos dejetos que se enroscam nas curvas do rio, enroscara-se na cidade a tal figura, permanecendo imiscuída nos assuntos que jamais tivera noção da existência. 
A ascensão daquele vulto, quase todo mundo sabia, dera-se por força dos conchavos feitos, há muito tempo, pelo reitor da UNIMERD, a universidade tupinambiquense, cujas mensalidades de seus cursos, representavam o dobro do que ganhariam, por mês, os profissionais formados por ela, e de alguns usineiros exploradores da mão de obra, usada no corte da cana.
Em decorrência dessa loucura, vigia na urbe, sensos morais esquisitos tais como os de valorizar cães mimados em detrimento das crianças pobres.
Era o reinado da seita maligna-do-pavão-louco e seus traficantes de influência, que distorciam a aplicação da justiça.
Mas como inexiste mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe, a loucura e desonestidade do Jarbas, o caquético, da seita maligna do pavão-doido, e das demais forças do retrocesso, seriam com o tempo, todas diluídas e substituídas, assim como deveriam ser a apreensão pela alegria da sanidade, e a fetidez pelo perfume.

Mudando de assunto: você se lembra da DKW Vemaguet?  O motor era de dois tempos, o câmbio “na mão”, três marchas. Veja o vídeo.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Floriano Peixoto

Floriano Peixoto
              
       No dia 15 de novembro, próximo passado, tivemos as comemorações do centésimo vigésimo segundo (122º) aniversário da proclamação da República.
       O fato ocorreu na Praça da Aclamação (hoje Praça da República) no centro do Rio de Janeiro, e consistiu num motim de parte do Exército Imperial, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que destituiu Dom Pedro II do poder.
       Naquele mesmo dia formou-se um governo provisório composto por Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Salles, Demétrio Ribeiro, Aristides Lobo, Floriano Peixoto dentre outros.
       Com a renúncia de Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, que era formado em ciências físicas e matemática, assumiu a presidência em 23 de novembro de 1891.
       Depois de Floriano assumiu a presidência, por meio do voto popular, o primeiro presidente civil da república que é o nosso conhecido Prudente de Morais, cuja casa, entre as Ruas Santo Antônio e 13 de maio, está hoje o museu que leva o seu nome.
       Perceba que, nos primeiros anos, logo depois da proclamação da república, a ordem dos problemas enfrentados pelos políticos e a sociedade, relacionava-se à transição de um regime a outro.
       Hoje em dia predominam as desgraças causadas pela carência financeira dos governos municipais, estaduais e federal saqueados, dia e noite, por gente mal intencionada.

Mudando de assunto: você se lembra da Lambretta? Foi objeto do desejo de muitos jovens durante os anos 60. Para quem nunca viu é hora de conhecer. Mas pra que conhece, é bom recordar. Veja o vídeo abaixo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Poder das Águas


                       

                      Imagine você a porção de fumaça tóxica, (fuligem), que é lançada no ar pela queima diuturna do óleo diesel combustível.
             Podemos ter uma ideia observando os ônibus e caminhões que circulam diariamente por nossas ruas e avenidas.
             Agora imagine várias usinas produtora de energia elétrica, que só funcionam com motores alimentados com o tal óleo diesel.
             Veja que para a produção da energia elétrica, fundamental para o funcionamento dos computadores, lâmpadas, câmeras, TVs, rádios, motores, elevadores, bombas de combustível, e até telefones celulares, há o indispensável uso de um meio.
             Esse meio, de conseguir a eletricidade, pode ser o da usina hidroelétrica que difere da eólica (utiliza os ventos), e da termoelétrica (diesel) por usar o poder das águas.
             A construção de uma usina hidroelétrica depende dos mais variados fatores, pois implica em armazenamento de grande quantidade de água, significando isso a ocupação de áreas extensas de território.
             Bom, a ocupação das terras pelas águas transforma o ambiente, e todos os bichinhos que vivem nas florestas e também os peixes, precisam se adaptar às novas situações, ou serem transferidos para outros locais.
             Como sabemos o progresso de uma nação depende também da indústria, do comércio e da prestação de serviços, que são impossíveis sem a eletricidade.
             Portanto é preferível a modificação positiva do meio ambiente, com o salutar desenvolvimento da população, do que a manutenção da situação primitiva, que não produz nada mais do que vem produzindo durante todo esse tempo.
             Da mesma forma que a extração de petróleo da bacia de Campos beneficiará diretamente os Estados produtores, a implantação da usina de Belo Monte proporcionará o desenvolvimento pleno dos governos e dos cidadãos do Pará.   
                  

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Preço dos Cupcakes




               Como é possível para uma empreiteira vencer mais de 30 licitações, feitas pela prefeitura, se não tiver o tal jeitinho de contornar as exigências da legislação que regula a matéria?
       É mais do que sabido que as obras públicas, tais como a construção de pontes, prédio de biblioteca, escolas, viadutos e recapeamento de ruas já calçadas, são fontes de estratagemas proporcionadores de enriquecimento ilícito para muitos espertos.
       O superfaturamento, ou seja, a atribuição de preços bem maiores do que realmente custam tais obras ou serviços, serve de justificativa para o embolsamento de parte do dinheiro governamental.
       Em outras palavras: se uma empregada é incumbida de fazer cupcakes, tendo para isso que comprar os ingredientes, ela em sendo desonesta, pode alegar para a patroa, e até apresentar notas fiscais, que o trigo, o açúcar, os ovos, a manteiga e as essências custaram, digamos R$100, quando na verdade pagou só R$50.
       Tendo recebido os R$100 da empregadora e gasto somente os R$50 na compra que realizou, ela embolsa tranquilamente os outros R$50 restantes.
       Agora imagine essas importâncias multiplicadas por milhões ou bilhões de reais dos orçamentos fajutos das grandes avenidas, piscinões, viadutos e pontes.  
      É por isso que você pode notar aquele sujeito que, em não tendo onde cair morto, ou um gato pra puxar pelo rabo, depois de ter conseguido a ocupação daquele cargo público maneiro, hoje passeia de carro importado, é proprietário de centenas de imóveis e até habita mansão de bairro nobre.
       Enquanto isso você vê diariamente nos telejornais, os padecimentos dos eleitores causados pela deficiência, por falta de dinheiro, nos serviços públicos relacionados à saúde, educação e segurança.
       Pode isso Arnaldo?
         

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cleptomania



            Zé Lagartto estava preocupadíssimo com a celulite. Momentos antes da reunião ordinária da Câmara Municipal, que se realizaria naquela noite de segunda-feira, ele se olhava no espelho, ali no quarto, buscando os sinais da doença.
       Durante a avaliação ele fixou os olhos na etiqueta saliente da cueca preta que vestia. Esse fato o fez recordar da ocasião em que estivera, na manhã de domingo, na loja de produtos estrangeiros, do shopping.
       Zé aproveitava os bons momentos do ano legislativo que se findava e, bastante descontraído buscava, no local abarrotado de objetos atraentes, algo que lhe agradasse o ego ou que pudesse despertar a admiração das pessoas que o vissem portando-o.
       Ao entrar ele percebeu que as vendedoras não estavam presentes. Percorrendo então o espaço amplo, absorvendo os odores inusitados, ele sentiu a necessidade de tocar numa camisa esportiva, que jazia sobre um dos balcões.
       Notando a maciez do tecido fino, ele continuou sua incursão exploradora. Deixando-se tomar pelo frenesi de poder escolher qualquer coisa que quisesse, e que estava bem ali, na sua frente, ao seu alcance, Lagartto andou devagar, desfrutando a belezura luminosa emanante dos objetos. Num dado momento ele sentou-se na cadeira postada atrás de uma mesa grande. Era a cadeira do gerente.
       O ruído de alguém que entrava no quarto trouxe-o para a realidade. Era a companheira magricela, de voz estridente, que portando um jornal aberto na página policial anunciava:
       - Zé, ocê viu as estatísticas da polícia sobre os furtos que ocorrem nas lojas do shopping?
       Lagartto engasgou, tossiu e sentiu seu rosto avermelhar-se.  Ele então disse com voz bem grave:
       - Cadê o meu paletó novo e a gravata que ganhei de presente no aniversário? Você fica lendo jornal e nem se preocupa com as coisas necessárias. Hoje temos de aprovar no plenário, mais outra concessão de crédito para a prefeitura. Será que vou chegar atrasado de novo?
       Sentindo-se mais uma vez frustrada por não poder comentar nem sequer uma mísera notícia de jornal, a velha companheira voltou para o seu posto, onde pôs-se a terminar de passar as roupas.
14/11/11  

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Mínimo Bom Senso




               Outro dia, ao passar por uma rua, vi um jovem magro, sem camisa, de calças compridas, boné rústico na cabeça e sapatão desses de pedreiro nos pés. Ele parecia aflito saindo de casa muito apressado.
       É sabido que a subnutrição seja o resultado da falta de informação, da carência financeira e também da política direcionada exclusivamente ao desenvolvimento material da cidade.
       Apesar de muito magro e nervoso, o jovem entrou no carro, estacionado defronte sua casa, indo logo em seguida, para o bar perto da esquina.
       Você já pode imaginar o resultado da combinação do desconhecimento dos sinais de trânsito com o álcool, mais a impulsividade do motorista.
       Mas como assim? Perguntaria o meu querido leitor. Como alguém dirigiria automóveis sem ter a noção do que significa cada placa de trânsito, existente nas ruas?
       Pois ainda há alguns, que se sentindo amparados por parentes influentes, amigos complacentes e muita certeza na impunidade, contrariam todas as determinações legais aventurando-se a transitar sem ter a habilitação para isso.
       Para conhecer o significado dos sinais das placas das vias de circulação, o motorista deve ter frequentado as aulas nas autoescolas. Mas para isso é preciso conhecer o alfabeto.
       Isso quer dizer que o sujeito que não sabe ler não pode ter a carta de motorista? Veja que poder ele não pode, mas não é isso o que acontece na prática.
       Está bem claro que os acidentes causadores de mortes e lesões corporais gravíssimas, são provocados por condutores embriagados ou despossuídos do mínimo bom senso.

MUDANDO DE ASSUNTO:
Quem não se lembra do Rin-tin-tin?
Era uma série de aventuras produzida pela TV norte-americana entre o final dos anos 50 até meados dos anos 60.
Particularmente eu assistia quando era criança. Naquele tempo a TV era ainda em preto e branco. Veja no vídeo abaixo como era a abertura dos filmes.  
   

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Com Pedras e Paus

                 Os crimes frequentes cometidos por marginais e vândalos no estacionamento da Universidade de São Paulo (USP), levaram a reitoria a firmar um convênio com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de S. Paulo, pelo qual a Polícia Militar se incumbiria da manutenção da ordem no local.
       Com a presença rotineira dos policiais no campus, houve a detenção de três estudantes que fumavam maconha na região; esse fato gerou protestos e o confronto direto de um grupo de jovens com os policiais. Com pedras e paus os sediciosos danificaram cerca de seis veículos do governo do estado.
       Nem todos os estudantes eram contrários à presença da polícia nas dependências da universidade. Um grupo numeroso, formado por alunos de todas as áreas, inclusive da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, promoveu até ato de apoio ao pacto entre a Reitoria e a Secretaria da Segurança Pública.
       Entretanto os revoltosos ocuparam e danificaram as dependências da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas; logo em seguida invadiram o prédio da reitoria, de onde exigiram a saída da Polícia Militar do campus, a rescisão do pacto com a Secretaria da Segurança Pública e o arquivamento de processos na justiça.
       Após determinar o corte da energia elétrica, água e internet do prédio ocupado, a reitoria ingressou na justiça, requerendo a reintegração de posse.
       O poder judiciário concedeu a ordem e deu um prazo para que os amotinados desocupassem as dependências invadidas.
       Tendo transcorrido o tempo sem que os invasores cumprissem a determinação judicial, foram conduzidos para o distrito, onde agora responderão ao inquérito policial e ao processo crime por desobediência.
08/11/2011