quarta-feira, 30 de maio de 2012

Deslizes




Se o senhor Demóstenes Torres (foto) não for cassado, todos os demais senadores, que por ventura tiverem agido até o presente momento, com lisura e honradez, sentir-se-ão ofendidos e estimulados a praticar delitos semelhantes.
As provas contra o acusado são irrefutáveis. Mesmo sendo obtidas de maneiras não prescritas na lei, elas indicam as gravíssimas violações do decoro parlamentar.
Se existe a autoria e também a materialidade dos fatos todos apurados, a absolvição, com certeza gerará predisposição para a ocorrência de outros crimes semelhantes, ou a continuação dos esquemas descobertos.
A desmoralização do legislativo é um fenômeno diuturno causada pelos deslizes e práticas dos eleitos, antes de difícil comprovação.
Entretanto com o advento dos novos meios de obtenção de informações, a comprovação da participação, em atos condenáveis, não pode deixar de ser levada em conta.
O senhor Demóstenes Torres, defendendo-se das acusações contra ele lançadas, na CPI do Cachoeira, disse ser um “corola”, estar deprimido e passando pelos momentos mais difíceis da sua vida.
Na verdade essas ocorrências todas são as consequências dos deslizes, das atitudes consideradas violadoras do decoro parlamentar.
Não pode ser crível que uma pessoa inteligentíssima como é o senhor Demóstenes Torres não vislumbrasse as tormentas que enfrentaria caso seu esquema falhasse.
Diante de todas as provas coligidas, a sociedade aguarda a cassação do senador Demóstenes Torres, sob pena de, em ela não ocorrendo, debilitar ainda mais a credibilidade do honrado Senado Federal.
30/05/12  

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Duende Palpiteiro



Quem me acompanha ao longo desses anos todos, lendo os textos dos meus Blogs, sabe que tenho por hábito publicar pelo menos um por dia.
Isso tem sido assim há mais de 10 anos. Acontece que de umas semanas pra cá a inspiração degringolou. Sabe aquela história da fonte que seca e coisa e tal? Então...
Bom, daí eu perguntei a um dos duendes que me acompanham, se ele sabia algo sobre os motivos da tal situação.
Eu perguntei:
- O que será que está acontecendo, seu duende? A verve já não é a mesma, cadê aqueles sopros fenomenais com os quais você costumava ditar-me as historiazinhas?
Ele me respondeu:
- Não sei. Você é considerado muito bocudo, falador. Deve ser por isso. Mas eu acho que deveria fazer uma simpatia.
- Simpatia? – perguntei.
- É sim. Você precisa ver a MariMoon. Sabe aquela bonitona que apresenta, com a Titi, o Acesso na MTV?
- Hã, hã. – respondi pro duende.
- Então, vai lá, conversa com a MariMoon e essa ziquizira pode se findar.  Quem sabe?
Bom, como eu já não tinha mais a quem recorrer que me inspirasse novamente, soprando-me os textos legais, resolvi visitar a Mariana de Souza Alves Lima, a MariMoon,  lá em S. Paulo.
- Sai às dez e meia da matina de Piracicaba, num ônibus da viação Piracicabana, e logo depois estava na Estação Rodoviária do Tietê.
Você já viu como é que se comporta o caipira num local imenso, supermovimentado e ao qual não está nem um pouquinho acostumado?
Pois esse era eu.
Mais perdido que cachorro atordoado, quando foge das sapatadas da dona de casa irada, eu ia e vinha por aquele espaço enorme, buscando algo que me indicasse onde tomaria o metrô pra chegar à Rua Afonso Bovero, no Sumaré, sede da MTV/SP.
Algum tempo depois, cansado de bater perna, resolvi ir de taxi.
Tinha até fila de passageiros, pagando com os cartões de crédito, nos guichês, as corridas a serem feitas.
Após alguns minutos embarcamos e lá fomos nós em busca da solução apresentada pelo duende palpiteiro.
Como vocês sabem, o trânsito na capital paulista é super intenso e bastante complicado. Locomover-se de um local pro outro exige muita atenção que desgasta. As distâncias são imensas.
Ainda bem que hoje em dia existe, pra facilitar a orientação no espaço, um aparelhozinho chamado GPS, que informa aos seus usuários, sobre como chegar ao lugar objetivado.
Sendo assim o motorista, logo depois do embarque, digitou o local do destino no aparelho, tendo recebido durante todo o trajeto, as dicas de qual rua deveria tomar para chegar ao destino.
Você sabe o que acontece quando toma um taxi não é? Se não houver uma conversa, um dialogozinho, a situação fica desconfortável, nervosa mesmo.
Por isso o Corinthians surgiu pra nos livrar daquela tensão chatíssima.
Acontece que o bendito motorista era Santista e, meu amigo... Como foi difícil mudar de assunto...
Chegando nas imediações da MTV, deixei o taxi, e após perguntar, pra uma simpática senhora de olhos azuis, que arrumava as flores do seu jardim, onde ficava exatamente a sede da emissora, e tendo recebido a informação, lá fui eu.
Esperei a MariMoon na portaria e quando ela terminou a gravação, conversei um pouquinho com ela.
Pedi pra tirar uma foto. Então a apresentadora do Acesso me perguntou onde estava a minha câmera. Ao ser informada que a bendita caiu e quebrou-se, ela gentilmente pegou o seu celular e, solicitando ao segurança que fizesse a foto, chegou bem pertinho. Ela me disse que a enviaria pro meu e-mail mas Infelizmente a imagem não chegou.
Apesar disso tudo a simpatia deu certo.
Os duendes estão felicíssimos e continuarão a soprar suas maravilhosas histórias que eu repasso depois pra vocês. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

As Tais Escutas




Esse Carlinhos Cacheira está dando o que falar. Na sessão da CPI, que investiga o suposto envolvimento do senador Demóstenes Torres com o tráfico de influência e o uso de dinheiro, oriundo da contravenção, ele foi chamado até de múmia.
A senadora Katia Abreu (PSD-TO) perdendo a paciência com a mudez e as esquivas do depoente, disse também que não estava ali para dar “ouro pro bandido”. Imagine.
Se os interrogantes ao invés de se descabelarem, esmurrarem as mesas, ou vociferassem, determinassem que o silêncio do interrogado presumiria a sua concordância com as afirmações da CPI, o Cachoeira “jorraria” fácil, fácil.
Até o conceituadíssimo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), chamando o senhor Carlos Augusto de marginal, depois dos dribles do depoente, considerou estar ele "tomado da arrogância de quem é livre, e não preso".
Esse “esquemão”, da corrente de água que se despenha, foi trazido à lume por investigações que se utilizaram de escutas clandestinas de telefones.
Se não estavam previamente autorizadas por quem de direito, diz a lei, elas, as tais escutas, são nulas. E se nulas, todos os atos investigativos subsequentes também o seriam.
É a lei.
Mas e aí, como é que ficamos? Transgride-se a lei pra investigar e punir, ou a respeitamos permitindo que os crimes compensem?

24/05/12  

O Tamanduá de Colete.
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terça-feira, 15 de maio de 2012

A Primeira Vez


A expectativa de uma estreia pode ser angustiante e bastante tensa.
Perceba que os momentos antecedentes de um encontro, com o público, podem ser vivenciados de formas diferentes por seus atores.
Uns mais experienciados veriam, no fato, a rotina a que estariam habituados; outros perceberiam as sensações da novidade, que poderá também tornar-se, com o passar do tempo, em algo rotineiro e bastante comum.
A estreia faz parte das novas portas que se abrem ao universo do viver, das ações, das manifestações, e é claro, da comunicação com o próximo.
O extravasar das emoções, dizendo o que está na alma, expondo as razões, as feridas, as grandes dificuldades, e talvez até, apontando novas soluções, é o que também comporia esse conjunto de atitudes manifestadas para os espectadores atentos.
Isso tudo não deixa de ser um trabalho honroso com o qual o talento pessoal se expressa arejando as barreiras, os bloqueios malfadados, diluindo-os, para o progresso individual e do grupo.
Tem quem ache ser uma dádiva divina, a oportunidade de poder comunicar-se dessa forma. Há quem bendiga eternamente, o fato de possuir a chance de alcançar mais esse degrau na evolução própria.
No final de tudo ver-se-á que, para muitos ou poucos, fez-se a diferença.
Alguma coisa você transmitiu contribuindo, de certa forma, para o benefício, a alegria e também o aperfeiçoamento dos seus semelhantes.  

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Atenção Psiquiátrica



Pela ordem e o progresso: quando a religião, a psicologia e as simpatias já não resolvem mais, é chegada a hora de a polícia e a psiquiatria entrarem em ação.

Você conhece um sujeito pelo que ele faz. Se ele vive agredindo enteados e vizinhos, fazendo “serviço porco” no emprego, e provocando colisões de trânsito por negligência ou imperícia, ele não é confiável.
O camarada só progredirá, tanto mental quanto espiritualmente, quando puder modificar-se, melhorando o seu modo de ser.
Essas mudanças não são fáceis. Se os pais não conseguiram socializá-lo a contento, ele deverá passar por ensinamentos nas escolas especiais.
Veja que essas escolas tanto podem ser um tradicional sanatório psiquiátrico (antigamente em Piracicaba havia o Cesário Mota), quanto um presídio bem reforçado.
Quando o camarada não está preparado para a vida em comunidade, para a vida pacífica, ele precisa aprender. Não tem como manter uma pessoa agressiva assim, num quarteirão.
Quer um sinal da hostilidade eterna de um “cabeça dura” como esse?
Na maior “cara de pau” ele promove interferência no monitor de TV da vizinhança, dizendo para as pobres crianças dependentes, que se trata de influência espiritual.
Já deixou de ser ridícula essa figura carente de atenção psiquiátrica. Passou a ser caso de polícia, de reparação de danos morais, de condenação no cível e criminal.
09/05/12  

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ser ou não ser: eis a questão.



Na minha opinião o ato de votar deve ser voluntário. Essa história de que voto é um direito já não cola mais. Direito nada, é obrigação mesmo.
E porque eu teria obrigação de votar em quem não tem a minha confiança?
E veja que confiança não se impõe, adquire-se. A mídia vem recheada com dezenas de fatos escabrosos justificativos da minha total descrença nos caras.
Não tem porque eu ajudar a botar um sujeito lá na câmara municipal, por exemplo, e depois observar, durante o resto da minha vida, o camarada fazendo a maior estripulia com o dinheiro público.
Já passou da hora em que a Constituição da República, deveria garantir a voluntariedade, nessa questão de votar ou não.
O fato de o eleitor não ter escolha entre o ir ou não ir aos locais de votação, é ainda um resquício das imposições, próprias das ditaduras. Isso é coisa de coronel dono de engenho de açúcar e casa grande.
A voluntariedade, fruto do livre arbítrio, precisaria ser plenamente respeitada nas democracias. Afinal ninguém deveria ser considerado tão idiota que não conseguisse discernir se deve ou não votar.
O legislador, quando estabelece essa obrigação, presume que o povo não estaria acostumado com o ato, e que pela imposição, aprenderia.
Nada mais falsa essa noção.
Esta visão, fruto do populismo, precisa mesmo ser mudada. Se pelo menos os governos populistas municipais resolvessem paternalmente os problemas dos seus “filhos” eleitores, ai sim, talvez, houvesse razão para obrigá-los a pagar com o voto.
Mas os caras “pisam na bola” diuturnamente só puxando a brasa pras sardinhas deles. Assim não dá. Assim não pode.
Eu quero ter o meu direito de escolher entre o ser ou não ser eleitor, garantido pela constituição.  
  

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Nunca Mais Esquecerei






Outro dia estava zapeando, quando vi no Acesso da MTV, a VJ Titi Muller dizendo ser o Roberto Carlos, ou suas músicas, cafonas.
Olha, gosto não se discute, mas quase sempre ele acompanha os contemporâneos de uma geração.
Então você veja que, por exemplo, para o milhão de pessoas que tinha 18 anos em 1964, quase tudo o que se referia ao Rei era “uma brasa, mora”.
Os que amam o Justin Bieber hoje, daqui a 30 anos, (quando estiverem perto dos 50), verão adolescentes dizendo o mesmo (cafona, ou palavra equivalente) do seu ídolo. Ou seja, o Justin terá uma geração muito mais nova atrás de si, venerando outros cantores que não ele.
Cada geração tem suas preferências no vestir, no uso de palavras, no consumo de alimentos, bebidas, música e filmes.
Veja que até a arquitetura acompanha a mentalidade do tempo em que se manifesta. Os imóveis construídos nas décadas de 30 ou 40 tinham características não mais usadas hoje.
Nessa linha de raciocínio, você compara também os Cadillacs produzidos na década de 50, com os feitos atualmente. Note que há certa tendência em rejeitar tudo o que não se assemelhe muito conosco ou que não tenha nada a ver com as nossas preferências.
Entretanto, e isso é muito importante, para a sobrevivência de todos, deveríamos adotar a postura do sujeito que, mesmo não gostando de jiló, não procura destruí-lo ou transformá-lo.
As gerações se sucedem e com elas os usos, costumes, as leis e os hábitos.
Só o amor é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Relembre a canção Aquele beijo que te dei, do Roberto Carlos.Curta o vídeo.