quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Fábrica de Automóveis

                


        Esse pessoal do PSDB em Piracicaba gosta mesmo é de criar caso. Se já não bastasse o escândalo das sanguessugas em que os Vedoin, proprietários da empreiteira Planan entregaram o prefeito Barjas Negri a Polícia Federal, como um dos participantes do esquema de superfaturamento das ambulâncias, agora nos aparece com a aventura de instalar aqui, uma fábrica de automóveis.
            A multinacional receberia, gratuitamente, toda a área do terreno onde construiria sua sede caipira. Além disso, teria por gerações e gerações, a isenção dos impostos municipais e até estaduais. Sem levar em conta o fato de que o transporte dos carros feitos aqui, até os portos ou aeroportos, os tornaria mais caros, diga-se que os empregos não seriam ocupados por cidadãos piracicabanos.
            Para trabalhar numa fábrica de automóveis, o operário precisaria ter conhecimentos especializados. A cidade não dispõe de ninguém detentor de tanta experiência no ramo, que impeça a tal indústria de trazer de fora, os trabalhadores necessários.
            Então a pergunta é: Que vantagem terá a cidade de Piracicaba com a instalação da fábrica de automóveis?
            Ora, se a prefeitura não receber os impostos, não embolsar os valores correspondentes à venda das áreas de terras e, se as pessoas nascidas na cidade, não puderem trabalhar na indústria, pra que mais serviria a tal presença aqui?
            Acreditamos que os alugueis pagos pelos funcionários, vindos do exterior aos proprietários das casas, seria muito pouco  em troca do que a cidade daria.
            Bom, como estamos em tempo de eleições presidenciais, cremos que esse assunto, assim como aquele dos trens, que teriam seus ramais reativados, o da construção de presídio e outras balelas, não passaria mesmo de oferta publicitária, semelhante as que fazem os magazines, quando desejam liquidar seus  produtos.
            Ao vermos pela TV e internet a desestruturação do ensino e das escolas públicas, quando assistimos a agonia da mãe que se obriga a acorrentar o filho, escravo das drogas, numa cadeira de rodas, concluímos que haveria muita omissão das autoridades, nesse setor.
            Não saberíamos dizer como viadutos, pontes, asfaltamentos de ruas já calçadas, e outras obras materiais, seriam tão ou mais importantes do que a atenção que os chefes da cidade deveriam prestar aos seus cidadãos.
            É preciso ainda que se diga sobre a enorme preocupação que tem causado a degradação do meio ambiente. Sabe-se hoje em dia que a retirada do mazute do subsolo queimando-o na superfície terrestre tem contribuído para o aquecimento da terra. Esse fenômeno causaria o derretimento das calotas polares aumentando o volume de água dos mares. Com mais matéria em estado liquido, haveria também o aumento da frequência e intensidade das chuvas.  

quarta-feira, 29 de junho de 2011

APERTANDO O BOTÃO


"Do mesmo jeito que os escravos, no tempo do Império, morriam nos canaviais dos senhores de engenho, morrem hoje os cortadores de cana, nos canaviais das usinas de álcool." (Frase atribuída a E. Mail, antes de cair desacordado, no boteco da tia Cris, vitimado pelo coma diabético).

Van Grogue, já atordoado pela ingesta da água-de-briga, entrou naquela tarde de segunda-feira no bar da tia Cris. O ambiente estava às moscas. Não havia freguês e o balcão desguarnecido.

Do rádio velho, postado numa prateleira acima da pia, onde a dona lavava os copos, vibrava uma canção. Era do tempo em que Roberto Carlos andava de calças curtas na periferia de Cachoeiro de Itapemirim.

Grogue foi avançando, avançando e, sentindo necessidade de fazer xixi, resolveu ir ao banheiro. Ao fechar a porta, ouviu uma espécie de zum-zum. Eram vozes de moças que se divertiam com alguma coisa.

Depois de fechar o zíper da calça, lavou as mãos e não contendo a curiosidade resolveu investigar o que era aquele auê.
  
Aproximou-se devagar, pé ante pé e viu quatro jovens sentadas em torno duma mesa circular. Elas falavam ao mesmo tempo e tinham seus dedos indicadores acima do fundo dum copo emborcado. Um círculo formado pelas letras do alfabeto limitava os movimentos da vasilha. Pelo que ele pòde perceber, o copo movimentava-se respondendo as perguntas das meninas, parando defronte as letras, formando assim as palavras das respostas.

Grogue viu que não foi notado. Aproximou-se das moças. Elas faziam perguntas e o copo mexia-se dentro do círculo. Uma delas perguntou se um parente subiria na vida.

Enquanto viam os movimentos do copo, Grogue achou que poderia muito bem passar por trás delas e, subindo aquela escada de madeira, entrar na casa da tia Cris, sem que elas percebessem. Resolveu arriscar. Degrau por degrau foi ascendendo.

Logo depois, quando estava quase lá em cima, olhou para baixo e elas animadas viram que o copo dizia que, aquele parente de uma delas, não ficaria muito tempo nas alturas do sucesso.

Van Grogue achou que aquilo tudo era uma brincadeira sem graça e vendo que poderia enganar as moças começou a descer as escadas.

Quando passou novamente atrás delas, foi chamado para participar da brincadeira. Ele disse que não achava graça nenhuma naquilo e se afastou.

Uma das jovens disse então pra tia Cris que aquela brincadeira servia para medir a sugestionabilidade dos sujeitos.

Van Grogue entrou no salão do boteco e aguardando a proprietária, para ser servido, parou na porta do estabelecimento. Na rua um velho subiu à sua carroça e tomando as rédeas nas mãos, incitou o animal ao movimento. Ante a indiferença do burro em mexer-se, o velhote não perdeu a pose e disse:

- Esse não é movido a álcool, mas também é difícil na partida.

Grogue, em resposta gritou:

- Ô Edgar G. Anta... Você não é o Noel, mas também não deixa de ser um bom velhinho.

Tia Cris entrou no salão e ouviu o pedido do Grogue.

Ele queria pinga. A moça considerou aquele freguês um chato. Passava horas e horas sentado à mesa com um mísero copo de pinga. Não gastava, não consumia, e ainda enchia o saco de todo mundo.

Ela então resolveu aplicar uma variante da brincadeira do copo: simularia uma conversa ao telefone. E foi assim, falando, falando que ela fez aquele tonto ir embora.

Publicado originalmente em 07/01/2011.

Mudando de assunto:
Veja no vídeo a história de Pablo Pineda

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Mentalidade Devassa



                                    Com o mesmo cinismo com que o poder político corrupto, de um determinado lugar, invade e destrói preciosidades das suas vítimas, pode ele mais tarde, tentar compensá-las com algumas bijuterias.

                        O mando político condenável busca dividir para governar. Para ele não há escrúpulo ao lançar os filhos contra os pais, esposa contra marido e nem de contribuir para a demolição da casa deles.

                        A autoridade política prevaricadora, que se preza, orgulha-se de trocar espelhos, pentes, canivetes e panelas por ouro puro.

                        Não fariam parte desse grupo, todos aqueles que não se dispusessem a vencer, incendiando um prato com pinga afirmando poder queimar as águas dos rios.

                        Poderíamos dizer também que essa mentalidade devassa seria responsável pela política econômica que permite a tomada de empréstimos bancários lá no exterior, pagando 6% ao ano, e o repasse aqui no Brasil, do mesmo capital, cobrando 12% ao mês.

                        Numa cidade onde impera a corrupção, a mediocridade é a que mais recebe prêmios. Os que se destacam são de certa forma, vistos como ameaças potenciais aos desejosos de manter perenes os benefícios das mamatas e sinecuras.

                        Premiando o fracasso e condenando o sucesso, o mau homem público considera-se inatingível, enriquecendo cada vez mais, ao passo que as obras que se destinariam às populações de baixa renda, deterioram-se sem nunca terem chegado à conclusão.

                        Se o Brasil é mesmo o pais do presente, deve começar a punir os corruptos obrigando-os inclusive, a devolver o que foi indevidamente retirado.

Mudando de assunto: 
Veja no vídeo abaixo uma homenagem aos nossos irmãozinhos com a síndrome de down.


sábado, 25 de junho de 2011

A Trissomia do 21




                            Igual ao pavão enlouquecido que, de vez em quando, abria em público as penas do seu rabo enorme; semelhante à Luísa Fernanda que insistia em demonstrar saber “tirar de ouvido” o hino do Corinthians, naquele seu teclado velho; parecido ao Boca-de-porco que disparava tiros de revólver contra os muros frontais da sua casa, Mariel Pentelini, por não dispor de qualquer outro dom, gozava ao exibir seu carro antigo a certos vizinhos.

                         O lelé ao saber que o adverso se aproximava caminhando, apressava-se em postar-se ao lado do auto, mantido ao meio-fio, com as portas e o capô abertos, ostentando-o. Era como se o matusquela dissesse: “Olha vizinho: eu tenho carro, você não!”

                        Qualquer mente sadia atribuiria tal comportamento à característica própria de pessoa imatura, ou portadora da trissomia do 21. Como sabemos, a trissomia do 21 é a translocação não equilibrada de um cromossomo para outro, resultante na chamada idiotia  mongoloide.

                         A história da trissomia assemelha-se à dos desvios das verbas públicas feitas por políticos irresponsáveis. Na translocação do “arame” coletivo para o rol de bens particulares do pilantra, causa-se um desequilíbrio, na ordem das coisas que resultará, no futuro não muito distante, em crise social previsível.

                          Por outro lado, as condutas éticas, tanto do médico mal intencionado, que diagnostica epilepsia, em quem jamais teve sequer uma única convulsão em toda sua vida, como daquele doutor que certifica ter a criança um desequilíbrio no gene, são semelhantes ao do mandatário que lesa alguém desviando sua herança ou as verbas do cofre comum.

                        Para Mariel Pentelini, Boca-de-porco, Luísa Fernanda, Vovó Bim Latem e os membros da seita maligna, chefiados por Jarbas o energúmeno, caquético testudo, a ética dominante era a do que preceituava o provérbio: “Farinha pouca, ‘mano véio’, meu pirão primeiro”.

                        Tinham também esse tipo de mentalidade aqueles que, predispostos ao mal, usariam os diagnósticos equivocados como punição aos pais usurpadores de algum bem condominial.

                        Afinal, meu amigo leitor, o que mais justificaria a manutenção dos maus juízos, mesmo diante dos sinais da ausência de anomalias, se não fossem o ódio, o ressentimento e a inveja?

                        Por meio da formação de opinião pública contrária, visando manter como verdadeiro o falso entendimento, valeria a criação de barreiras retardantes, das ações comprobatórias da inexistência do alegado retardo mental.

                        O poder político em Tupinambicas das Linhas, para desenvolver suas atividades opressivas contra Van Grogue e sua turma do boteco, se estribaria em preconceitos ilógicos formados pelas frustrações das pessoas preteridas.

                         Era por essas e outras razões que o município regredia, podendo o cidadão comum observar o retrocedimento em que se metera a direção política da urbe. As desistências de instalação das unidades das empresas de grande porte na cidade se deviam mais à política errônea dos seus políticos do que da comentada crise econômica mundial.

                        Como membro da seita maligna do pavão-louco, chefiada por Jarbas o caquético testudo, o exibicionista Mariel Pentelini tinha de provar àquela amásia a quem se ligara, que era muito mais homem, muito mais macho e valente, do que qualquer outro vizinho bípede implume, existente no quarteirão.

                         Também fazia parte do engodo envolvente do casal, a fantasia de que o ostentador Pentelini seria o mais supimpa e tresloucado porra-louca, jamais visto em toda a história da Vila Dependência, o bairro mais periférico da famosa Tupinambicas das Linhas.

 Publicado originalmente em
23/01/2007.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Relações Perigosas


                    Se num casamento, a maior parte do tempo é vivida entre desentendimentos, ofensas, e agressões, não haveria motivos melhores para a continuação da sociedade.

                           Quando a violência prepondera sobre o respeito, então é chegada hora de cada um buscar o seu rumo próprio.

                    A não ser que haja um milagre legítimo, um ex-assaltante de banco, mestre em explosivos, jamais deixará de agir com rudeza, com a mulher que o ama.

                    Isso foi constatado por Humberto quando, numa tarde de sábado, tomado pela curiosidade, entrou pela primeira vez na livraria do shopping.

                    Tudo ali era novidade; os caminhos desconhecidos, as pessoas estranhas e os odores bastante peculiares.

                    Era princípio de inverno; a baixa temperatura fizera com que o visitante caprichasse no agasalho que denotava bom gosto.

                    Humberto foi atendido pela balconista e um clima de simpatia logo os envolveu. Com perguntas sobre os livros que desejava adquirir, o moço se esgueirou entre as estantes, chegando enfim ao local desejado.

                    Observando as preciosidades ordenadas nos lugares higienizados, Humberto notou que a mulher atendente, o olhava de soslaio, com um jeito bem disfarçado.

                    Não demorou muito para que o moço, com alguns livros nas mãos, buscasse pela comerciante, que agora, atrás da caixa registradora, somaria os valores da compra.

                    Humberto saiu do lugar com boas sensações.  Elas foram tão marcantes que, nas semanas seguintes ele voltaria mais vezes, sempre no mesmo horário. 

                    Os vizinhos logo perceberam a constância das visitas e as perigosas “bocas de Matilde”, principiaram murmúrios indicativos de que algo singular estaria pronto para acontecer.

                    Dois o três meses depois, com uma centena ou mais de livros comprados, Humberto e Inês perceberam que nascia entre eles muito mais do que a simples simpatia, respeito e admiração.

                     Havia algo mais maduro, profundo, intenso, que estava na iminência de extravasar.

                    Numa tarde de domingo, entre as estantes, quando ele folheava um livro sobre obstetrícia, ela se aproximou lentamente pelas costas e, ofegante, o tocou de leve com o antebraço esquerdo.

                    Face a face, olhos nos olhos eles agora conversavam, e Humberto pôde saber que o marido dela a espancava cruelmente todos os dias.

                    Havia no rosto de Inês uma mistura de dor, medo e excitação.

                     Ela, apesar de tensa, não escondia a lascívia que Humberto lhe provocava.

                    E foi ali, entre as estantes, perto de uma janela, que eles trocaram o primeiro beijo.

                    A beleza que dava o viço dos trinta anos à Inês fascinava Humberto, totalmente abobalhado pela paixão.

                    Essa loucura os impedia de ver que o marido ex-presidiário, condenado a mais de quinze anos de cadeia, por assalto à mão armada, poderia descobrir tudo e causar uma tragédia.

                    Arrebatados pela paixão eles se viram pela última vez no apartamento dele, onde dentre os lençóis macios de cetim, fizeram amor.
       

quarta-feira, 22 de junho de 2011

As licitações Tupinambiquenses



                                     O presidente da câmara municipal de Tupinambicas das Linhas o preclaro doutor Fuinho Bigodudo estava contentíssimo por ter o seu time de coração, o E.C. 7,5 de Novembro, sagrado-se campeão da várzea citadina.

                    Na verdade a conquista do campeonato servia como refrigério aos tormentos que as investigações de corrupção na prefeitura, causavam nos políticos da cidade. 

                    Jarbas, o caquético testudo, Tendes Trame, tia Ambrosina, Zé Lagartto e o próprio Fuinho, temiam que as fraudes licitatórias, praticadas durante anos seguidos, fossem agora reveladas pela polícia.

                    - Já imaginou o escândalo? – indagou certa vez um pastor a um grupo de fiéis da congregação, reunidos defronte o templo, depois do culto.

                    Fuinho Bigodudo, que comemorava sua quarta gestão, tinha ainda algumas dívidas pendentes, feitas ao adquirir um apartamento, na área central da cidade.

                    Apesar dos seus oito filhos, e agora também alguns netos, estarem todos empregados nas repartições municipais e autárquicas, ele sonhava longe objetivando instalar, com muita segurança, a mulher que ele julgava ser a amante ideal.

                    Fuinho e seus colegas de partido não acreditavam que as penas da lei pudessem alcançá-los.

                    - Os alçapões da legalidade não nos atingirão. – disse o presidente Fuinho, numa reunião noturna no porão encarpetado da câmara municipal, em que Tendes Trame, bastante envelhecido pelo estresse que a fortuna ilícita lhe causava, esfregava as mãos como se as tivesse lavando.

                    - A gente vamos apagar da face da terra a memória desse Van Grogue, carniça do inferno, desolação dos mãos-grandes e alpinistas sociais legalizados, dessa nossa tão querida e amada terra.  – sentenciou Bigodudo dando um soco na mesa. A pancada fez saltar um exemplar da Bíblia, que esquecida entre alguns papéis, dormitava ali há algum tempo.

                    - Sem violência! Sem violência! – interrompeu o deputado Tendes Trame. - Não podemos nos exaltar. Já imaginou se há microfones escondidos aqui na sala?

                    - Só quero dizer que, passada essa turbulência toda, precisamos reajustar o percentual de 10 para 30% das taxas de comissão, a serem pagas pelas empreiteiras. – disse Jarbas aparentando calma.

                    - É isso mesmo! Pra ganhar licitação de agora em diante, aqui na cidade, a empresa tem de pagar 30% do valor do contrato a título de gratificação. – confirmou Fuinho.
 
                    - Ai gente... Que exagero! Vocês não acham que é muito 30%? – questionou a tia Ambrosina com certa compaixão na voz.

                    - Nada! Que mané muito, o quê? Está até barato demais. - Reagiu Jarbas, o caquético.

                    - Bom, se todos nós nos safarmos ilesos dessas loucuras policiais, então, ai sim, poderemos voltar a agir sobre a nova margem de 30%. – garantiu Tendes Trame.

                    - Veja que esse aumento na percentagem deve garantir também a adesão do Diário de Tupinambicas das Linhas. Hoje em dia, todo mundo sabe que não existe governo que se mantenha sem a imprensa. – informou Jarbas.

                    - Mas mesmo assim considero o percentual de 30% muito exagerado. – insistiu a tia Ambrosina.

                    - Bom o que interessa é que tudo está calmo e não há indícios de que nossas contas foram devassadas. – falou Jarbas encerrando a reunião no porão da câmara municipal.

                    Era desse jeito que os ricos de Tupinambicas das Linhas tornavam-se cada vez mais ricos e os pobres amargavam a miséria que não tinha fim.  

terça-feira, 21 de junho de 2011

Os pedidos de ajuda



                                    Temos recebido aqui na redação desse vosso blog mais querido, já há algum tempo, diversos pedidos de auxílio de entidades assistenciais.

                        Alguns telefonemas insistentes pedem verbas para o tratamento de crianças com câncer, outras para o tratamento e amparo psicológico às crianças vítimas de abusos sexuais e por ai vai.

                        A gente faz o que pode; sempre ligados nas ocorrências desse nosso mundo, temos a certeza de que as necessidades são verdadeiras; entretanto existem instituições oficiais destinadas ao auxílio mais efetivo.

                        Não que nos neguemos a ajudar. Não é isso. O problema é que apesar de já realizarmos a nossa parte, estaríamos competindo com as entidades específicas (dos governos) criadas com esse objetivo, e isso não é bem legal.

                        Você veja que todos os cidadãos, de uma forma ou de outra, pagam impostos. E essas contribuições obrigatórias impostas pelo estado, não são poucas. 

                         Os que as recebem, ou seja, os governos municipais, estadual e federal possuem, digamos, “departamentos” que acumulam parte desse dinheiro com a finalidade de encaminhá-los às entidades assistenciais. 

                        Diante dessa onda de pessoas jurídicas carentes clamando por auxílio, só nos resta crer que os dinheiros, que deveriam chegar a elas, não estão chegando.

                        Bom, o que nos daria um indício de veracidade dessa hipótese seriam os descalabros acontecidos, durante todos esses anos, na administração pública especialmente relacionada à saúde. 

                        Um exemplo concreto, recente é o recebimento de salários altíssimos por pessoas que deveriam atender a população necessitada, nos hospitais públicos do estado, mas que nem ao menos dão o ar da graça, no local de trabalho.  

                        Então o que acontece, em consequência, é o aumento do número de pessoas tanto físicas quanto jurídicas, telefonando e batendo às portas atrás de ajuda.

                        Ou seja, o dinheiro, e a prestação de serviços existem, mas não chegam aos seus destinatários finais. Não aportam nas entidades assistenciais das comunidades. Há uma interrupção no encaminhamento.

                        No julgamento desses crimes, além das penas corporais e pecuniárias a serem aplicadas, os condenados deveriam ser obrigados a devolver, aos cofres públicos, todas as verbas retidas desonestamente. 

                        É o que também esperam as crianças com câncer e as vítimas de abuso sexual.  

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Polícia Descobre Fraudes nos Plantões Médicos




                                     Você vê quanta pouca vergonha e descaramento essa gente tem quando se trata de dinheiro público?

                    O sujeito assume o comando pelo voto popular e quando se encontra encastelado, seguro, nomeia amigos e parentes para a mamata.

                    Mamata é o nome que se dá às sinecuras. E estas nada mais são do que empregos onde se ganha muito sem fazer nada. 

                     Numa escuta telefônica a polícia descobriu que o secretário estadual do esporte lazer e juventude do governo do Sr. Geraldo Alckmin, o neurocirurgião Jorge Roberto Pagura recebia salários, mas não aparecia para trabalhar.

                    Segundo a reportagem publicada hoje no portal G1 de São Paulo, a polícia descobriu que Jorge Pagura era nomeado – e recebia muito bem - para fazer os plantões no Hospital Regional de Sorocaba, mas nunca veio.

                    Mais de 70 médicos, dentistas, enfermeiras e empresários, dentre outros profissionais da saúde, da capital e do interior, foram investigados; cerca de foram 13 presos por suspeita de uso irregular das verbas públicas.

                    Constatou-se que as fraudes nos plantões não ocorriam só em Sorocaba, mas que espalharam-se por todo o estado.
 
                    À reportagem do G1, Jorge Roberto Pagura, que pediu demissão do governo paulista, disse que em Sorocaba desenvolvia projetos pagos pelo SUS.

                    O Ministério Público prossegue hoje com a oitiva dos suspeitos detidos.