sexta-feira, 26 de março de 2010

Aprendendo a ser gente

O nhenhenhém, os murmúrios, as lamentações e as cobranças não ajudam em nada. Isso tudo não resolve as nossas angustias se não fizermos algo que modifique a situação.

E o pior ocorre quando, tomados por esses sentimentos de desespero, tentamos controlar outras pessoas para que façam elas algo por nós.

A situação se assemelharia a do neném que úmido pelo xixi, ou esfomeado, chora e esperneia, manifestando seu desagrado, até que venha alguém para aliviá-lo.

O indivíduo prefere lamentar-se, queixar-se e até mesmo maldizer a situação, mas não pode pensar em fazer algo que transforme aqueles mal-estares em coisas positivas.

As pessoas assim estão habituadas a esperar as soluções vindas de outras e nunca delas mesmas. Isso é um equívoco semelhante àquele de atribuir a alguém a causa do próprio fracasso.

A criança que chama a atenção dos pais, quando chora no berço, não pode levantar-e e ela mesma limpar-se ou providenciar a mamadeira que a esperaria na geladeira.

Os adultos que lamentam, angustiam-se e esperam dos outros todos os bálsamos das suas dores, careceriam da indiferença dos próximos, a fim de que percebam serem inócuos esses comportamentos.

De nada resolveria queixar-se da escuridão. Mais proveitoso e salutar seria acender as velas, mesmo que isso traga o desconforto por ter de se mexer.

O fazer muito e falar menos mudariam significativamente as disposições ambientais particulares. Temos que a gratidão e o louvor a Deus auxiliariam mais no progresso pessoal e da família do que os lamentos infindáveis.

Acontece que não sabemos agradecer ao Criador pelo que temos e, ao contrário de exaltar a bondade daqueles que nos proporcionam essas graças, nós os maltratamos, a semelhança dos que fixaram os cravos nas mãos e pés de Jesus.

O estágio de desenvolvimento em que nos encontramos é ainda muito tosco, simplório, ignorante. Isso não nos permite agir com educação, civilidade e bons modos.

Enquanto não aprendermos a nos comportar como cristãos entre os nossos familiares, diante dos nossos amigos e das pessoas do bairro, todos haverão de ter, para conosco, muita paciência.


Leia MODERAÇÃO por Fernando Zocca

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Centenas de pessoas juntaram-se à dor da família no funeral de Leandro

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