segunda-feira, 12 de abril de 2010

A exposição ampla

Se você encontra gorduchas pelas ruas, logo depois de ter fuçado sites onde viu milhares de obesas nuas; se se depara com anúncios de concursos públicos oferecendo vagas para arquivista, logo após ter providenciado a impressão daqueles textos dos seus arquivos; se seu blog aparece com modificações que você não fez e, se os seus escritos antigos são desencavados com alterações na grafia, pode ter a certeza de que seu computador está monitorado.

A quem interessaria essas intromissões? A todos aqueles que se sentem atingidos pelo que você publica. Então ao deputado federal medíocre, mais falso que nota de mil reais, àquele prefeito fajuto, hábil em favorecer parceiros nas licitações, ao dirigente “religioso” frustrado com as predições horríveis feitas contra seus adversários, àquele banco safado, ordinário, que escorcha com os juros, explorando o trabalho dos ingênuos, a esses todos, interessaria o seu insucesso na internet.

A incompetência da súcia, que pode não temer fazer juntar arruaceiros defronte sua casa e tentar invadi-la derrubando o portão, limitar-se-ia, em tese, a praticar esse tipo de ações ocultas. Esses velhacos jamais o procurarão para uma conversa franca. São covardes, tímidos, frustrados.

As ações desses canalhas se assemelham às daqueles militares opressores que, em tempos ainda vívidos em nossas memórias, invadiam as redações dos jornais, empastelavam a tipografia e agrediam aos jornalistas.

A eles interessaria a manutenção dos bons conceitos que gozariam junto ao público. E os escândalos do tipo das sanguessugas (ambulâncias), do mensalão do DEM (José Roberto Arruda) e outros, não deveriam ser expostos, por oferecerem perigo às futuras reeleições.

E como agora as mídias impressas não são as únicas a publicar os assuntos favorecedores dessa gente fina, o jeito é apelar para as práticas sub-reptícias dos tais atos quebrantadores.

Os milhões e milhões de leis editadas no Brasil de nada servem se não são obedecidas, postas em prática. Que proveito traria à sociedade, ao poder Judiciário, essa ampla exibição dos flagrantes delitos, em que os políticos, dentre eles um governador de estado, aparecem recebendo fardos de dinheiro público desviado?

Cadeia e tratamento psiquiátrico só não bastam. Os condenados devem devolver o que não lhes pertence.




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