sexta-feira, 14 de maio de 2010

Os Latidos da Cadela

Imagine experienciar uma quizumba num bairro de periferia de cidade pequena. Ciente de que você tem direitos a serem preservados, dirige-se rápido a delegacia de polícia.

Então pensando que com as providências da autoridade policial, a situação se acalme ao seu redor, depois de cumpridas todas as formalidades que lhe cabem, tenta esquecer o caso.

Mas veja que situação: ao invés de arrefecer os estados de espírito belicosos você nota que tudo ficou pior, os ânimos se exaltaram mais ainda.

Chega o momento em que você acha que não deveria ter ido à delegacia de polícia. E como entender que as pessoas investidas nas funções de funcionários públicos, possam agir em desacordo com o direito? Como explicar isso?

Você já ouviu falar em tráfico de influência? Pois é. Numa cidade pequena, onde quase todas as pessoas se conhecem, num auê entre vizinhos, um vereador, deputado estadual ou deputado federal podem solicitar à autoridade policial, favores em benefício de alguém, e detrimento dos direitos de outrem.

Entende?

Então numa desinteligência acontecida entre vizinhos, por causa da omissão de impedir os latidos incessantes de uma cadela, a vítima pode, ao dirigir-se à repartição policial, encontrar lá um clima completamente desfavorável.

Esse é o que se chama de tráfico covarde de influência. Esse crime pode ser praticado com o abuso do poder econômico. Ou seja, o tal vizinho meliante, que por ter entre os seus amigos gerentes bancários, acha que pode mandar e desmandar num bairro, passando inclusive sobre os direitos fundamentais das outras pessoas.

Esse tipo de comportamento injusto favorece a descrença nas autoridades, nas leis, e faz com que a vítima seja atingida na sua auto-estima.

E você acha que as injustiças e as lesões aos direitos das pessoas param por ai? Nada disso. Depois de ser “trucidada” num departamento policial, a vítima pode ainda ser denegrida no Fórum, nas casas comerciais do bairro, bancos, igrejas e por ai vai.

Quem conhece os mentirosos sabe que para manter uma mentira o fulano tem que contar outra mentira. E para defender suas posições deve mentir, mentir e mentir cada vez mais.

Isso acontece até o momento em que “a casa cai”, ou em que toda a verdade vem à tona.

Com a injustiça é a mesma coisa. Para defender os bens e a posição injusta, o indivíduo precisa seguir em frente praticando outra e outra injustiça, até o momento em que tudo se volta contra ele mesmo.

O ressarcimento financeiro, cremos nós, cessaria esse círculo vicioso maligno. Pelo menos mudaria o sentido do cenário.

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