Há um tempo para tudo, inclusive o perdão. Imagine você, meu amigo, o estresse vivenciado pelo ser atingido impiedosamente por alguém que, à distância dispara lá do alto.
A vítima não tem escolha. Não existe abrigo que a livre dos projéteis zunidores. À sua direita vê a parede com uma porta fechada; à frente e na retaguarda, caminhos desconhecidos; como sair pela esquerda se é de lá que vem a saraivada?
Dos ferimentos emerge brilhante o sangue, mesmo assim o tirano impiedoso continua a despachar chumbo. O sacrificado só tem para descanso os momentos necessários ao municiamento.
De nada servem os clamores de quem assiste ao espetáculo terrível. A porta velha fechada, do lugar abandonado, onde só as erva daninhas vicejam, impede a salvação.
Para que tanta judiaria?
Quando o motor dos mecanismos punidores é a “insignificância” do punido, vê-se o desequilíbrio no senso julgador.
Não gozaria de harmonia emocional aquele que se dispusesse a continuar exarando feridas na alma já lacerada.
Se para os pais, a dor do filicídio involuntário é a pena cruel e insana, por que agravá-la ainda mais com as chibatadas excedentes?
Aquele que um dia, lá da sacada do seu quarto, fez voejar o chumbo, sabe que as posições se invertem.
Quem perdoa será também perdoado.
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