terça-feira, 3 de agosto de 2010

A fábrica de bebidas

Até mais ou menos o final da década de 1960 havia na esquina das ruas Benjamin Constant e Rangel Pestana, em Piracicaba, uma fábrica de bebidas.

Chamava-se “Fábrica de Bebidas Orlando” que além de produzir os refrigerantes Gengibirra e Itubaina, engarrafava a pinga denominada “Ouro Verde”.

Quem morou naquelas paradas, naquele tempo, lembra-se muito bem do movimento diário que havia no local.

Os ruídos eram causados pela chegada e saída de inúmeros caminhões. Eles traziam matéria prima e voltavam carregados com caixas e mais caixas das bebidas.

Além do vozerio dos trabalhadores, dos barulhos do bater das portas, da carga sendo descarregada e carregada, havia também o dos estouros das garrafas, que aconteciam durante o envasamento.

O pessoal da vizinhança estava acostumado com a azáfama, mas com o passar do tempo, houve a troca gradativa dos ali residentes e os moradores, que chegavam, não concordaram com a movimentação.

Tanto foi assim que, de uma hora pra outra, a indústria vicejante, bem ali no centro da cidade, mudou-se para outro município.

É claro que as crianças que brincavam no entorno daquela indústria, jamais se esquecerão dos momentos em que, depois do corre-corre, das brincadeiras na rua, entravam no escritório da fábrica e, conversando com o pessoal que lá trabalhava, ganhavam sempre um refrigerante, servido com muita gentileza.

No prédio deixado, abriram uma espécie de quitanda que vendia frutas e comercializava também sucos. O local ficou tão marcado que quem falasse em suco, fazia logo lembrar da esquina, onde havia a famosa “Fábrica de Bebidas Orlando”.

(texto revisado)






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