terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Política do Passarinho

Você já participou daquelas reuniões que mais parecem torneios de canto de canários? Sabe aquelas disputas entre pássaros, promovidas por passarinheiros, nas quais vencem os piu-pius que calam a todos os demais, com os seus gorjeios?

Por incrível que pareça isso existe e não está longe de nós. Na verdade não interessa muito o conteúdo do “canto” do tal plumoso. Ele deseja provar a si mesmo, e aos outros ouvintes, que é o mandão naquela “gaiola”.

Os garganteios são vazios de razão, e o calar do oponente, significa a ascendência da sua vontade, das suas orientações. Essa transferência do comportamento dos pássaros, para as relações humanas, tem como motor o predomínio politico.

Se há alguns anos passados, calava-se a oposição com a violência física, hoje se observa a aplicação dessa técnica, inspirada nos torneios de passarinhos, para a conquista daquela sensação de superioridade. Pode-se afirmar ainda, ser esse procedimento arraigado, em alguns grupos, os resquícios do autoritarismo, daqueles famosos e antiguíssimos coronéis de antanho.

Quando o tal bípede inicia o seu pipilar, procura impedir qualquer manifestação semelhante, que possa vir de outros bicos. Na verdade o plumoso, chatíssimo por sinal, teria sérias dificuldades em ouvir os semelhantes.

A intensidade, a frequência e a constância dos cocoricós, nas reuniões, indicariam a tentativa de negar a existência de outros prováveis cantos diversos, compostos por conteúdos mais palpáveis.

Não existiria a mecânica do ping-pong. Sabe aquele jogo em que a bola é lançada de um jogador ao outro? No manejo desse bípede enrustido, só ele lança as bolas. Ninguém mais pode fazê-lo.

Podemos também comparar esse comportamento, obsoleto e deficiente, com as cascatas. O jorro vem só de um lugar. Isso, meu amigo, é coisa de gente descompensada, prepotente, orgulhosa, que precisa rever, com urgência urgentíssima, suas posturas desatualizadas, ou procurar a ajuda de especialista.


Política do passarinho: Faria mesmo isso tudo o que fala, o José Serra?

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