sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mesmas Causas, Mesmos Efeitos


                                              O pai era um bêbado e tabagista. Tinha a cara de louco e durante o dia, durante o serviço, quando sentia sede, ao invés de beber água mandava alguém ao bar comprar cerveja.

                    O maluco fumava dois maços de cigarro por dia. Tinha alguns parentes envolvidos com drogas e outros na cadeia.

                    Com ajuda de padrinhos, velhos funcionários públicos, que não tinham mais o que fazer com todo o dinheiro que recebiam, tentou construir um sobrado, numa esquina de um bairro novo, na periferia da cidade pequena.

                    O infeliz não conseguiu nada, além de outro número, na estatística das suas derrotas. A construção parou na metade. Por causa da intempérie a obra transformou-se em ruínas e, mais uma vez, se não fosse o auxílio dos parentes abonados, estaria hoje demolida.

                    O homem, meses antes de morrer já não tinha mais fôlego. O simples varrer da calçada ou da rua, defronte sua casa, ofegava-o e causava-lhe palpitações.

                    Mas como era teimoso, ou como querem alguns, bem mais estúpido do que o comum, não buscava ajuda médica.

                    Por sua própria conta, o louco (já passava boa parte da noite e do dia, murmurando maldições), achou que se curaria comendo feijoadas.

                    Então ele passou a consumir diariamente quantidades imensas de feijoada enlatada.

                    O resultado? Quer saber no que deu aquela loucura toda? 

                    Não é preciso ser vidente, mágico, profeta ou médico pra adivinhar: morte por AVC (acidente vascular cerebral).

                    E qual seria o ensinamento que se tira disso tudo?

                    Um deles, (partindo-se do princípio de que as mesmas causas provocam os mesmos efeitos), consiste em que se você faz tudo igual ao falecido, certamente terá o mesmo fim que ele.

27/05/11

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