sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os 60 segundos que destruíram o Haiti

Menina fica soterrada por 18 horas. As pessoas que se propunham a salavá-la não tinham equipamento nenhum.

Na tragédia que se abateu sobre o Haiti, as crianças são as mais vulneráveis. Milhares de pessoas morreram e outras ficaram sem ter para onde ir depois que suas casas ruiram durante o terremoto devastador. Não há energia elétrica e nem o fornecimento de água encanada.

A população está sem alimentos e a ajuda humanitária, que chega de todas as partes do mundo, objetiva suprir essas carências e as de água. Os hospitais, que haviam na capital Porto Príncipe, foram atingidos e os feridos são atendidos nos barracões improvisados.

O clima é de confusão. As pessoas, em grupos, vagam de um lado para outro das ruas e estradas, sem ter rumo certo. A organização de filas torna-se impossível. Qualquer tentativa de ordenar o caos não obtém sucesso. Quando há distribuição de alimentos ou água, observa-se tumultos e competição.

As pessoas agitadíssimas se apoderam da água e alimentos com avidez chegando a se agredir. O forte cheiro da decomposição dos cadáveres pode trazer mais problemas de saúde. O enterro dos milhares de corpos é dificultado por causa das crenças religiosas que determinariam rituais particulares para cada falecido.

A presidência do Haiti, diante de tamanha tragédia, ocorrida nos 60 segundos que duraram os tremores de terra, resolveu enterrar os corpos das vítimas nas valas coletivas. Até tratores são usados na remoção dos cadáveres.

O Exército Brasileiro perdeu 18 soldados. Dona Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, da Igreja Católica também faleceu em decorrência dos ferimentos causados pelo desabamento do prédio onde ela estava, em companhia de mais 150 pessoas.

O Haiti é um dos países mais pobres das Américas. Desestruturado depois de um longo tempo de conflitos militares, o novo estado tentava se formar recebendo auxílio das Nações Unidas.

As lideranças são precárias. A comunicação social praticamente inexiste. Escolas e a alfabetização não estariam entre as prioridades das diretrizes políticas. “A pobreza é agressiva” disse dona Zilda, ao tomar contato com a situação, logo que chegou ao pais.

A reconstrução nacional levará algum tempo. Planos semelhantes aos utilizados na reconstrução das cidades européias, logo depois da II Guerra Mundial, poderiam ser relembrados.

O terremoto arrasador, que praticamente destruiu o Haiti, durou 60 segundos e chegou a 7,3 graus na escala Richter.

Veja no vídeo a angústia da menina que ficou presa entre os escombros.


As Nações Unidas ajudarão na recuperação do pais

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