É meu amigo, minha amiga, estão vendo como são as coisas?
Você levanta cedo, no feriado mundial, prepara a sacola, sai pra fazer as comprinhas matinais e quando chega lá é bem atendida?
Durante o trajeto crianças param-na pra dar “bom princípio”? Aquela sua vizinha tão simpática e carinhosa, cumprimenta-a cheia de alegria, dizendo que você, apesar dos docinhos, está em forma, supimpa?
Aquele pentelho, que vegeta no fundo do quintal, lançando “bênçãos” sobre os circundantes, lhe sorri felicitando-o pela passagem do ano?
Você é mesmo uma pessoa de sorte. Porque as coisas não poderiam ser bem assim.
Já imaginou chegar naquela quitanda e ficar esperando a velharada toda botar a conversa em dia?
Já pensou que se ao invés de bênçãos o retardado mental, que vegeta no fundo do quintal, amaldiçoasse diuturnamente, a todos os contíguos?
Já pensou encontrar, assim, no primeiro dia do ano, aquela viúva deprimida, rancorosa, cheia de ódio pra dar, olhando-a com ferocidade?
Já imaginou que se ao invés daquelas lindas crianças, desejarem-lhe feliz ano novo, em troca de algumas moedas, lançassem lixo defronte a sua casa durante o resto do ano?
É meu amigo, minha amiga, você é mesmo uma pessoa de muita sorte.
Apesar disso tudo, feliz ano novo.
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