segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Salve-se Quem Puder

Não há chuva que sempre dure, nem seca que não se acabe. Apesar dos esforços e omissões daqueles que podiam e deviam evitar o tamanho dessa catástrofe, que matou centenas de pessoas, no Estado do Rio de Janeiro, a esperança de melhores dias virá.

Quando esse pessoal, que se diz entendido nesses assuntos, raciocina baseado em conceitos equivocados, as ações posteriores serão também inócuas, equivalendo às omissões terríveis.

Será que não percebem o que acontece há muito tempo? Negam-se a crer nas mudanças climáticas, na transformação das coisas, na mobilidade daquilo que julgavam ser imóvel.

Há muita gente que ao invés de “dar a mão à palmatória” tenta ignorar os acontecimentos, agindo tal qual o macaco, que tapa os olhos com a mão, para não ver.

Não errariam os que afirmassem que as pessoas assim, por não verem uma árvore, julgam a sua inexistência. Ou que depois de extremamente judiada, podada, maltratada ao extremo, não venha nunca mais a vicejar.

Igual aos terremotos no Japão, aos ciclones nos Estados Unidos ou a erupção dos vulcões na Europa, as enchentes no Brasil são cíclicas, e deveriam ser esperadas.

É como a primavera, o verão, o outono ou o inverno que são estações aguardadas e mil eventos programam-se durante as suas ocorrências.

Da mesma forma que os comerciantes e os religiosos se preparam para a chegada do Natal, do mesmo jeito que os carnavalescos aprontam-se para os festejos do Momo, as autoridades políticas deveriam esperar os tais acontecimentos funestos.

Acontece que os políticos profissionais preocupam-se mais com a manutenção dos seus cargos, do que com o bem estar da população. Assim, Se a permissão de atitudes prejudiciais à sua própria pessoa e aos familiares representa simpatia e um potencial elevado de votos, o tal político não evitará a expansão imobiliária por território perigoso.

É claro que a terra ideal, tal qual o Shangri-La não existe; entretanto ela pode ser vendida como projeto de políticos profissionais corruptos que se escoram nos jornalecos provincianos venais.

E o que vemos é sempre a mesma coisa: de tempos em tempos milhares de pessoas morrem soterradas, afogadas, perdem todos os seus bens e a dignidade, enquanto que os mais espertos completam vinte, trinta, quarenta anos agregados aos cargos públicos eletivos.

Mas que coisa mais feia, primitiva e estúpida essa. Não é gente?

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