A polícia civil prendeu ontem (3/5), antes do início da sessão ordinária, da Câmara Municipal de Taboão da Serra, os vereadores Arnaldo dos Santos, do PSB, José Luiz Eloy, do PMDB e Carlos Andrade, suspeitos de envolvimento numa fraude milionária nas contas do município.
Os legisladores são investigados por suspeitas de que recebiam dinheiro para anular dívidas de impostos como IPTU e ISS.
A investigação começou em março, no setor de dívida ativa, onde ficam registrados os devedores de tributos como IPTU e Imposto Sobre Serviços.
De acordo com as investigações, o servidor público Marcio Renato Carra fez desaparecer, em um único dia, as anotações de R$ 64.777,30 em dívidas de impostos. Do computador que ele usava partiam os comandos que deletavam os registros.
Uma testemunha disse que o vereador Carlos Andrade procurava por ela e por outros funcionários da prefeitura, pedindo a relação das empresas e pessoas físicas que constavam como devedores de IPTU.
Por meio de envelopes, entregues aos servidores, o vereador indicava quem devia ter a dívida cancelada e quais delas deveriam ter as datas de vencimento e os valores alterados. Segundo o delegado Raul Godoy Neto, os vereadores ganhavam cerca de 30% dos débitos apagados.
Os desvios acumulados desde janeiro podem passar de R$ 1 milhão.
Além do servidor preso, outros funcionários tinham senhas especiais para acessar as contas da dívida da Prefeitura de Taboão da Serra. Para descobrir quem estava à frente das fraudes, um dispositivo passou a indicar, em tempo real, de qual computador as dívidas eram apagadas.
De acordo com a polícia, um supermercado e o dono de um imóvel foram alguns dos beneficiados pelo esquema. Parentes dos vereadores Arnaldo dos Santos, do PSB, e de José Luiz Eloy, do PMDB, também foram favorecidos.
A Justiça mandou prender ainda outras sete pessoas, a maioria funcionários e ex-funcionários da prefeitura. A polícia vai investigar quanto tempo durou o desvio do dinheiro público.
As informações são do G1 de São Paulo.
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