É possível para alguém ter uma noção de quem seja uma pessoa, só de olhar, assim pela primeira vez. Nem sempre as aparências enganam; é a vivência, a experiência de vida que proporcionaria o tal “olho clínico”.
Entretanto os juízos que fazemos de uma pessoa podem estar completamente enganados. Nós julgamos com aquilo que temos “no coração”. É comum então, projetarmos nos outros aquilo que somos.
Desta forma os ladrões julgam que todos sejam ladrões, os assassinos podem pensar que todo mundo mata e os loucos, que atiram pedras nos vizinhos, consideram outras pessoas semelhantes a eles.
Isso é o que chamaríamos de “medir com o próprio metro”, ou o atribuir a outrem uma característica própria, que o psicanalista austríaco Sigmund Freud (foto) denominou de projeção.
Então quando uma “líder de quarteirão” se propõe a não receber determinada pessoa recém-chegada, pode justificar sua atitude com alguns motivos que lhe formam a personalidade.
Ou seja, ela vê no outro aquilo que ela mesma é.
Esta forma primitiva de reação impede o relacionamento saudável num quarteirão, travando os preconceituosos. As fantasias elaboradas nas mentes febris podem contaminar parentes distantes, membros das igrejas, formando assim noções equivocadas sobre as pessoas próximas.
O analfabetismo e a timidez possibilitam o recrudescimento das superstições e estas, por sua vez, o isolamento do quarteirão, de todo o resto do bairro.
O poder político seria conivente com o atraso e subdesenvolvimento de um quarteirão, de um bairro, e da cidade, na medida em que se omite na apresentação das soluções para os litígios.
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